Suspensão do programa de Matemática A na Assembleia da República

A presidente da Associação de Professores de Matemática diz que não tem ilusões sobre o actual Ministério da Educação, mas que a iniciativa é importante para alertar quem vier "a seguir".

Foto
O assunto chegou à Assembleia da República graças a uma petição lançada pela APM Miguel Madeira

“Não tenho grandes ilusões em relação aos resultados destas iniciativas, porque este Ministério da Educação sempre foi indiferente ao clamor dos professores e não será agora que vai mudar. Mas são importantíssimas para que quem vem a seguir entenda que não estamos resignados, que continuaremos a bater-nos pela suspensão”, disse nesta quarta-feira Lurdes Figueiral, presidente da APM.

O assunto chegou à Assembleia da República graças a uma petição lançada por aquela organização profissional, que defende que em vez de avançar para um novo programa, que “contraria profundamente” o actual, o Ministério da Educação e Ciência (MEC) devia proceder à avaliação do que está em vigor e fazer as alterações e os ajustes que fossem adequados.

No texto com que sustentou a petição, a APM acusou o MEC de ter procedido à homologação do novo programa sem antes ter “proporcionado condições adequadas e tempo suficiente para um debate alargado e participado”. Insistiu, ainda, nas críticas ao programa, “demasiado extenso”, com “conteúdos matemáticos desajustados e, sobretudo, com abordagens de ensino inapropriadas, excessivamente abstractas e formais (…) sem paralelo em currículos de outros países tidos como de referência” e “abandonados há décadas pelos maus resultados a que conduziram”, considera.

Outro dos argumentos expostos diz respeito à própria calendarização do MEC para a implementação das alterações. Isto porque em Setembro de 2015 chegam ao 10.º ano alunos que trabalharam com o programa para o ensino básico de 2007 e que não tiveram qualquer contacto com o de 2013.

Sugerir correcção
Comentar