Professores dizem que exame de Matemática A "é injusto" e vai "cortar as pernas" aos alunos
Más notícias para os alunos que fizeram o exame de Matemática A. A associação de professores da disciplina prevê que dificilmente um aluno de 12 valores consegurá os 9,5 na prova e a Sociedade Portuguesa de Matemática diz que o nível de dificuldade é semelhante ao do ano passado, quando a média das classificações foi de 8,2 valores.
Em declarações ao PÚBLICO, o docente criticou o facto de a prova ser “demasiado extensa”, não conter “qualquer questão de aplicação” e incluir uma pergunta, a 5.2, que “claramente excede o nível de dificuldade definido no programa” – três aspectos, disse, “ que foram criticados pelo auditor indicado pela APM” que, à semelhança de outros, de outras instituições, foi consultado na fase final da elaboração da prova.
“Não só aqueles problemas não foram corrigidos como existem outros: todas as questões têm um grau de dificuldade elevado e algumas deixaram muito bons alunos perplexos. Um estudante que tenha aprendido o que está no programa e que tenha ido a exame com um 12 dificilmente terá os 9,5 valores exigidos nos cursos em que Matemática é a prova específica”, prevê. Na sua opinião, terão boas notas “os alunos de 20, que em qualquer circunstância as têm”, e aqueles que “ tiveram explicações e compraram inúmeros cadernos exercícios dificílimos e os fizeram durante o ano, para treinarem para um exame que não avalia o que deve avaliar”. "É inaceitável", insistiu.
Já a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), que tem sido crítica em relação aos restantes exames da disciplina realizados este ano, por, alegadamente, serem demasiado acessíveis, elogiou o de Matemática A, considerando que ele "tem um nível de dificuldade semelhante ao de 2013". No ano passado, a média das classificações foi a mais baixa dos últimos 8 anos, 8, 2 valores (numa escala de zero a 20) e a taxa de reprovações subiu de 16% para 20%.
Na nota enviada à comunicação social a SPM considera que o exame "está em conformidade com o programa dos 11º e 12º anos", "é equilibrado na sua extensão", "bem estruturado" e "adequado ao seu objectivo". "Exige tanto proficiência de cálculo como domínio dos conceitos”, avalia, frisando que “a distribuição do nível de dificuldade das várias questões permite a distinção dos bons alunos” e possibilita que um “aluno médio, que se tenha preparado devidamente, obtenha uma classificação que reflicta adequadamente o seu nível de conhecimentos”.