Pelas 03h45, num ponto daquela auto-estrada onde a circulação apenas é possível numa via devido a obras, o grupo de assaltantes atravessou uma carrinha e esperou o camião, de armas em riste, junto ao nó dos Carvalhos, no sentido Sul-Norte. Interceptaram o veículo pesado, ameaçaram o motorista para que saísse do camião e cedesse o seu lugar ao volante a um dos assaltantes e arrancaram. Tudo lhes correu bem até ao momento em que decidiram parar alguns metros à frente para abrir o atrelado e verificar que tinha a prometida carga. Não havia vestígios de tabaco, o camião seguia afinal completamente vazio.

O corte da auto-estrada fez com que alguns automóveis ficassem parados à espera, sem que os condutores percebessem o que se passava. Um deles, que suspeitou de assalto, decidiu ligar à polícia. Para o local seguiram de imediato militares do Destacamento de Trânsito da GNR e a auto-estrada acabou por ficar fechada durante três horas só tendo sido reaberta pelas 06h00.

A situação peculiar chegou até a baralhar as autoridades. “Ainda não há registo do camião ter aparecido. É essa a informação que me disponibilizaram”, dizia ao PÚBLICO o tenente-coronel Silva Ferreira da GNR do Porto ao início da tarde desta terça-feira. “Roubaram o veículo pesado e seguiram para parte incerta”, acrescentou outra fonte da GNR. Por esta altura, fonte da Polícia Judiciária, para quem a investigação do caso passou por terem sido usadas armas de fogo, garantia ao PÚBLICO que se tinha tratado afinal de uma tentativa de assalto frustrada e que não tinha sido levado nem tabaco nem camião.

Questionada de novo pelo PÚBLICO, fonte da GNR do Porto corrigiu entretanto a informação inicialmente prestada. Os assaltantes abandonaram o camião alguns metros depois do local onde o tinham emboscado quando descobriram que o plano de assalto tinha falhado. A Polícia Judiciária continuará a investigar o caso no sentido de perceber quem serão os suspeitos desta tentativa de assalto.