Estudo indica que a maioria dos pilotos com depressão esconde doença das empresas
Cerca de 60% dos pilotos que sofrem algum tipo de depressão decidem continuar a voar sem comunicar aos empregadores.
O copiloto da Germanwings, Andreas Lubitz, que se suspeita que terá despenhado deliberadamente um avião da companhia, que fazia a ligação entre Barcelona (Espanha) e Dusseldorf (Alemanha), sofreria de depressão e, segundo a investigação em curso, teria feito na véspera buscas na internet sobre métodos de suicídio.
Segundo o estudo divulgado pelo Bild, o caso de Andreas Lubitz, não é único entre os pilotos, que procuram esconder os problemas de saúde dos seus superiores.
A análise, do director do departamento de medicina da Organização Civil Internacional da Aviação (ICAO, em inglês), Anthony Evans, datada de Novembro de 2013, revela a existência de défices graves no acompanhamento dos pilotos em matéria de saúde mental.
Cerca de 60% dos pilotos que sofrem algum tipo de depressão decidem continuar a voar sem comunicar aos empregadores, segundo o estudo, baseado na análise de 1.200 casos de pilotos com depressão.
Já cerca de 15% optam por tratar-se em segredo com medicamentos que conseguem pelos seus próprios meios e apenas 25% declara ao empregador que está a fazer tratamento.
O estudo resulta da observação de casos entre 1997 e 2001, segundo o Bild, que sublinha a enorme pressão a que são submetidos os pilotos e o facto de um diagnóstico de depressão implicar o seu afastamento do serviço.
A investigação alemã à queda do avião da Germanwings revelou que Lubitz fez há alguns anos, antes de receber a sua licença de piloto, tratamento psicoterapêutico por "tendências suicidas".
Nas buscas à casa do copiloto e dos pais foi descoberto que Andreas Lubitz estava em tratamento e que tinha uma baixa médica para o dia da catástrofe, que não tinha comunicado à Germanwings.