Líder separatista de Donetsk anuncia mobilização de cem mil combatentes

Os combates concentram-se na pequena cidade de Debaltseve, a meio caminho entre Lugansk e Donetsk

Soldado separatista perto de Debaltseve MANU BRABO/AFP

“A mobilização geral terá lugar na república popular de Donetsk daqui a dez dias. Chamaremos dez mil homens”, declarou Alexandre Zakhartchenko em Donetsk, citado pela agência russa RIA. “O exército conjunto da república popular de Donetsk e da república popular de Lugansk disporá de cem mil homens.”

Estas declarações surgem numa altura em que a violência recrudesce no leste da Ucrânia, com combates diários entre os separatistas pró-russos e as forças leais ao governo de Kiev. Depois do ataque à cidade costeira de Mariupol na semana passada, que motivou novas sanções da União Europeia à Rússia, acusada de armar os separatistas, os combates concentram-se agora na pequena cidade de Debaltseve, a meio caminho entre Lugansk e Donetsk. O conflito no Leste da Ucrânia fez 30 mortos nas últimas 24 horas, 17 dos quais civis, segundo contas do governo de Kiev e do exército.

Já as negociações de paz entre o governo ucraniano e os rebeldes, que decorreram em Minsk no sábado, terminaram sem nenhum acordo.

“As consultas de Minsk são um fracasso” declarou o representante do governo de Kiev, Leonid Kutchma, à agência russa Interfax, acusando os rebeldes de terem recusado discutir “medidas para um cessar-fogo imediato e a retirada das armas pesadas.”

O conflito na Ucrânia já fez mais de cinco mil mortos, e conduziu a um isolamento da Rússia sem precedentes desde o fim da Guerra Fria. O agravamento da situação está também a preocupar os Estados Unidos, que segundo o New York Times estão novamente a considerar a hipótese de fornecer armas e equipamento defensivo ao governo ucraniano. John Kerry, o secretário de Estado americano, vai encontrar-se com o Presidente Poroshenko em Kiev na próxima quinta-feira.

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