Destino de reféns do Estado Islâmico é uma incógnita

“Tudo pode acontecer”, dizem as autoridades japonesas. Não há nenhum sinal de que reféns japonês e jordano estejam vivos, depois do ultimato de quinta-feira.

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Imagens de uma televisão japonesa sobre os reféns do Estado Islâmico REUTERS/Yuya Shino

Os esforços das autoridades japonesas e jordanas para assegurar a libertação dos seus cidadãos estão num impasse e o desenlace é extremamente imprevisível, admite o governo japonês. “Tudo pode acontecer”, disse este sábado o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Fumio Kishida, citado pela Reuters. “Não podemos fazer nenhuma previsão. Temos de estar preparados para qualquer situação.”

Militantes do EI, o grupo jihadista que já divulgou cinco vídeos exibindo a decapitação de cinco reféns ocidentais, ameaçaram executar o piloto jordano Maaz al-Kassasbeh, de 26 anos, a menos que a Jordânia libertasse Sajida al-Rishawi, uma iraquiana ligada à Al-Qaeda, presa e condenada à morte pelo seu envolvimento num atentado à bomba que matou 60 pessoas em Amã em 2005.

Numa gravação áudio, os raptores exigiam que a iraquiana fosse libertada junto à fronteira turca, até ao pôr-do-sol da passada quinta-feira (14h30 na hora de Portugal continental). A Jordânia aceitou libertar Sajida al-Rishawi em troca do piloto, exigindo provas de que Maaz al-Kassasbeh continuava vivo.

O piloto jordano foi capturado a 24 de Dezembro, quando o seu caça, que participava nos bombardeamentos da coligação internacional contra as posições do Estado Islâmico na Síria, se despenhou.

O Estado Islâmico também ameaçou matar o jornalista japonês freelance Kenji Goto, 47, se Sajida al-Rishawi não fosse libertada. No último vídeo divulgado pelo grupo extremista, na terça-feira, Kenji Goto pede ao governo jordano para entregar a prisioneira iraquiana, caso contrário ele e o piloto Maaz al-Kassasbeh seriam executados.

“Foi-me dito que esta é a minha última mensagem, e também me disseram que a única barreira impedindo a minha liberdade é o governo jordano estar a adiar a entrega de Sajida”, diz Goto em inglês.

O Estado Islâmico decapitou outro cidadão japonês, Haruna Yukawa, 42, consultor do exército, há uma semana. Goto foi para a Síria em Outubro, tentar negociar a libertação de Yukawa, de quem era amigo. Inicialmente, o EI exigiu um resgate de 180 milhões de euros para libertar os dois japoneses.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, tem dito repetidamente que recusa ceder ao terrorismo e comprometeu-se a colaborar com a comunidade internacional. Numa cimeira no Cairo, a 17 de Janeiro, anunciou que o Japão iria contribuir com 180 milhões de euros em assistência não-militar aos países que estão a combater o Estado Islâmico.

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