Comissão de inquérito ao BES prepara-se para chamar Bava e Granadeiro

Deputados querem explicações dos antigos presidentes da PT sobre os investimentos na Rioforte.

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Zeinal Bava e Henrique Granadeiro conduziram o processo de venda da Vivo à Telefónica Pedro Cunha

Além dos ex-presidentes da PT, estão também na nova lista o administrador financeiro da Rioforte, Gonçalo Cadete, e o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Faria de Oliveira.

Constam ainda a advogada Ana Oliveira Bruno e Nicolas Figueiredo, sócios da Akoya, implicados na operação Monte Branco, que investigou a maior rede de fraude fiscal e branqueamento de capitais detectada em Portugal. Nicolas Figueiredo chegou a ser detido no Porto, no decurso da investigação.

Quanto a Henrique Granadeiro e a Zeinal Bava, que já tinham estado no Parlamento em 2010 para responder às perguntas da comissão de inquérito criada para averiguar a actuação do Governo no plano de compra da TVI, vêm agora esclarecer dúvidas relacionadas com os investimentos de 900 milhões de euros na Rioforte, holding não financeira do GES.

Quando os investimentos ruinosos vieram a público, Zeinal Bava rejeitou qualquer responsabilidade nas aplicações e remeteu-se ao silêncio desde que deixou a liderança da brasileira Oi, em Outubro. Henrique Granadeiro saiu em Agosto da PT e enviou recentemente uma carta à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) onde garante que o ex-presidente da PT Portugal e da Oi (Zeinal Bava) foi responsável por investimentos de 697 milhões de euros na Rioforte.

Na semana passada, o presidente da PwC, José Alves, garantiu aos deputados que a administração da PT SGPS pediu à consultora que fossem retiradas do relatório de auditoria aos investimentos da PT no GES (encomendado pela própria PT SGPS) as referências às responsabilidades individuais dos órgãos sociais da PT.

Estes “juízos de valor de ordem jurídica” foram retirados do relatório, num processo que motivou “uma discussão muito grande” entre a PT SGPS e a PwC, admitiu José Alves.

Para esta terça-feira está marcada a audição de Hélder Bataglia dos Santos, presidente da ESCOM, a empresa do GES para os negócios em África (da qual Bataglia também é accionista, com 33%).

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