Acidentes com animais selvagens em maior número nas estradas municipais

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Os javalis são os animais mais envolvidos em acidentes Miguel Manso

"Devem ser aplicadas medidas de mitigação” nas vias em que se registam mais acidentes com estes animais ungulados, como “mais sinalização, construção de passagens para fauna e vedação das infra-estruturas”, entre outras, segundo o estudo a que a agência Lusa teve acesso.

Intitulado Avaliação dos impactos das infra-estruturas lineares nas populações de ungulados, o trabalho de pesquisa foi realizado, nas regiões Centro e Norte, por Sara Isabel Marques, da Unidade de Vida Selvagem da UA, coordenada cientificamente por Carlos Fonseca.

Entre outros objectivos, a investigação visou “reconhecer o javali como a espécie de ungulado mais afectada” por estes acidentes.

O javali é o ungulado selvagem “mais abundante” em Portugal, estando “amplamente distribuído” de norte a sul.

Em 2010, existiam em Portugal entre 15 mil a 20 mil veados, que revelam “picos de actividade ao amanhecer e entardecer”, tal como os corços, que tinham então uma população estimada de 3000 a 5000 indivíduos no país.

“Em Portugal, ao contrário de outros países da União Europeia, as seguradoras não cobrem este tipo de acidentes com animais selvagens”, disse à Lusa Carlos Fonseca.

O biólogo admitiu, no entanto, que possam ser responsabilizadas “as entidades que estão a organizar caçadas”, quando os acidentes envolvem animais em fuga durante batidas e montarias.

Sempre que exista na estrada sinalização a indicar a presença de caça grossa, “é necessário moderar a velocidade”, recomendou Carlos Fonseca, frisando que se trata de uma situação de perigo para a circulação automóvel, pela qual, em caso de colisão, “o condutor é geralmente responsabilizado”.

De Janeiro a Setembro de 2013, segundo dados da Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR, ocorreram em Portugal Continental 1091 acidentes de viação com animais, selvagens e domésticos.