Perfil de Manuel António Correia: a continuidade

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Manuel António Correia integra o Governo Regional desde 2000

“Não terei ninguém a condicionar-me”, promete o segundo candidato mais votado, garantindo a sua independência face ao apoio de Jardim. “O projecto é meu e do povo que me eleger”, diz ainda no tom discursivo do chefe em relação ao qual reconhece haver “erros e muita coisa para mudar”.

“Não há partido do passado e partido do presente. Há um partido do futuro”, defende-se Correia, 49 anos, os últimos 14 passados no executivo de Jardim, como secretário regional (uma espécie de ministro na estrutura governativa autonómica), antecedidos de oito anos no exercício de diversas funções no Instituto de Habitação da Madeira, de que foi presidente. É licenciado em Direito, tendo feito a sua carreira exclusivamente na administração pública regional.

Nasceu na freguesia dos Canhas, no concelho da Ponta do Sol, o único em que na sexta-feira ganhou a Albuquerque. Quanto à sua proveniência do meio rural, de uma família tradicional, Manuel António invoca-a como vantagem em termos de “proximidade das pessoas e coragem para renovar”. Essa “proximidade” a zonas agrícolas que lhe estão reconhecidas pela distribuição de incentivos financeiros (europeus) facilitou, através das Casas do Povo que tutela, a inscrição de largas centenas de novos militantes no partido que, entre as directas de 2012 e de 2014, quase duplicaram, ao passarem de 3.859 para 7.164 recenseados em condições de votar.

Foi durante a campanha interna apontado por outros concorrentes como um dos cúmplices da “catástrofe” financeira e social em que o jardinismo fez mergulhar a região. E co-responsável pelo Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF) que impôs aos madeirenses um duplo agravamento fiscal e outras restrições para fazer face ao excessivo endividamento, em parte ocultado.

Para o futuro da região, Correia considera essencial uma “maior clareza” nas relações com o Estado, sobretudo ao nível financeiro, na defesa da Zona Franca e na captação de investimento exterior. Propõe-se ainda renegociar o PAEF, equilibrar as contas públicas e defender um financiamento estatal da saúde e da educação, uma das últimas batalhas perdidas de Jardim. Num outro objectivo também não atingido, compromete-se a promover, através da Assembleia Legislativa da Madeira e dos deputados da região na Assembleia da República, alterações constitucionais no sentido do aprofundamento da autonomia.

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