Miguel Albuquerque vence eleições no PSD-Madeira mas terá ir a 2.ª volta

Manuel António será o adversário do antigo presidente da Câmara do Funchal na corrida à sucessão de Alberto João Jardim.

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Miguel Albuquerque ficou perto da maioria absoluta DR

Por ter ficado a 180 votos da maioria absoluta, disputará com Manuel António Correia (27,81%) uma segunda volta, marcada para o próximo dia 29, na qual será eleito o novo presidente da comissão política regional do partido, desempenhado desde 1976 por Alberto João Jardim.

Num total de 11 com concelhos, Albuquerque venceu em 10 e Correia apenas no da Ponta do Sol. Por freguesias, a vantagem foi de 42 para 12.

Depois do ex-presidente da câmara do Funchal e do secretário regional dos Recursos Naturais ficou, na terceira posição, João Cunha e Silva (15,97%), vice-presidente do governo. Seguem-se-lhes Sérgio Marques (5,3%), ex-eurodeputado, Miguel de Sousa (2,3%), vice-presidente da Assembleia Legislativa regional, e Jaime Ramos (0,72%), líder parlamentar e secretário-geral do PSM-Madeira.

Albuquerque acredita que terá uma vitória inequívoca na segunda volta contra um adversário que "representa os interesses instalados que têm de ser expurgados". Acentuou que com os resultados desta sexta-feira foi dado “o sinal de que os militantes querem a mudança”, “não querem mais do mesmo e querem a renovação”. Disse ainda estar convencido de que o PSD-Madeira “nunca mais será um partido de pensamento único”.

Com 7164 inscritos participaram no acto eleitoral 5644 militantes, registando-se a maior afluência de sempre, apesar de abstenção na ordem dos 21,2%. A votação decorreu nesta sexta-feira entre as 16 e as 21 horas nas 54 sedes de freguesia do PSD no arquipélago.

Nas directas de 2012, as primeiras em que Jardim teve um concorrente em quatro décadas da história do partido na região, participaram 3473 militantes, de um universo total de 3859, tendo o reeleito líder conseguido 51% da votação e Miguel Albuquerque 49%, com a curta diferença de 142 votos.

O congresso de consagração do novo líder está marcado para 10 e 11 de Janeiro. Para o dia seguinte, Jardim anunciou a apresentação do pedido de demissão do cargo de presidente do governo regional, que exerce desde 17 de Março de 1978.

Jardim, após ter depositado o boletim de voto na urna, comentou que a existência de seis candidatos ao seu lugar “é sinal de fartura, não de qualidade”. E revelou a sua postura relativamente ao seu sucessor: “Democraticamente é preciso aceitar, seja quem for. Se eu gostar muito de quem ganhar, não devo interferir para não lhe estragar a vida. Se não gostar muito de quem ganhar, devo dar o exemplo e fazer uma coisa diferente do que me fizeram”. “Houve pessoas que perderam e mandaram votar noutros partidos. Eu quero dar o exemplo de, mesmo não gostando do líder, ser fiel ao partido”, prometeu Jardim, que traçou o perfil para o seu sucessor “unir o partido”: “inteligência, firmeza e honestidade intelectual”.

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