Uber suspende serviço em Portland, o segundo caso num mês
Cidade norte-americana vai tentar rever a lei que impede que empresas como a Uber utilizem aplicações para promover a partilha de transporte numa viatura.
A partir de segunda-feira, a Uber vai deixar de estar disponível em Portland no âmbito de um acordo alcançado com o mayor da cidade, Charlie Hales. A ideia é que durante esse período as autoridades locais revejam as leis impostas aos serviços de táxi, nomeadamente as que proíbem a existência de aplicações móveis que promovam a partilha de transporte.
Uma porta-voz da empresa, citada pelo Wall Street Journal, indicou que no acordo com Hales ficou estabelecido que, qualquer que fosse o desfecho da análise da legislação, a Uber voltaria a operar na cidade ao final de três meses.
O acordo entre a Uber e câmara de Portland surge menos de duas semanas depois da empresa ter sido processada por o seu serviço UberX, que permite pedir um carro através de uma aplicação, que localiza o telemóvel do cliente por GPS e aponta o motorista profissional mais próximo, violar as leis da concorrência da cidade e de sacrificar a segurança dos clientes em nome dos seus interesses empresariais. “Boas regulamentações tornam a comunidade mais segura. A Uber discorda, por isso vamos pedir ao tribunal uma injunção [contra a empresa]”, afirmou Charlie Hales, em declarações passadas ao mesmo jornal.
Na quinta-feira, e num tom menos agressivo, o mayor de Portland mostrou-se empenhado em tentar encontrar novas leis que possibilitem que empresas como a Uber possam operar legalmente na cidade.
Esta não é a primeira vez que a Uber suspende os seus serviços numa cidade. No mês passado, a empresa interrompeu o uso a sua aplicação móvel no estado do Nevada, depois de um juiz ter aceitado uma providência a exigir que a actividade da empresa fosse impedida. Já este mês, a Uber suspendeu as operações em Nova Deli, no seguimento de um caso de violação que envolveu um motorista que conduzia uma viatura ao serviço da empresa. Este último caso levantou dúvidas sobre as reais garantias da Uber sobre os motoristas que utilizam a sua aplicação.
Mais recentemente, ainda nos Estados Unidos, a Uber foi processada pelo ministério público de São Francisco e de Los Angeles por não garantir a segurança dos clientes do seu serviço com a análise do currículo e passado dos motoristas que trabalham com a aplicação móvel. “A empresa repete essa declaração enganosa, dando aos consumidores um falso sentimento de segurança quando decide entrar no carro de um estranho”, afirmou George Gascon, procurador de São Francisco, ao LA Times.