Mesquita Nunes diz que ainda há oportunidade para evitar greve na TAP

Secretário de Estado do Turismo deposita expectativas na reunião de sexta-feira.

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Greve da TAP marcada para u8ma altura em que há um forte fluxo de turistas. Nuno Ferreira Santos

"Haverá uma reunião amanhã [sexta-feira] no Ministério da Economia, o que significa que estão criadas oportunidades de diálogo e que estamos a tempo de criar pontes de consenso para evitar esta greve, que a confirmar-se será evidentemente uma má notícia para o sector do turismo", afirmou Adolfo Mesquita Nunes, à margem das Jornadas de Empreendedorismo, em Lisboa.

Em declarações aos jornalistas, o governante remeteu mais declarações sobre esta paralisação para depois da reunião, que sentará à mesa o Governo e a plataforma de sindicatos, que na quarta-feira decidiu avançar com uma greve de quatro dias, entre 27 e 30 de Dezembro, para contestar a privatização da companhia aérea, relançada em Novembro.

"O Governo está empenhado em encontrar na reunião de amanhã uma consensualização. O objectivo é procurar evitar que essa greve suceda", acrescentou.Questionado sobre as consequências para o turismo, Mesquita Nunes recusou-se a adiantar números, referindo apenas que "é uma quebra grande no fluxo de turistas" que Portugal está a receber.

Os 12 sindicatos que representam os trabalhadores da TAP, entre os quais os pilotos, decidiram esta quarta-feira avançar com uma greve de quatro dias, entre 27 e 30 de Dezembro.

O presidente do Turismo de Portugal, João Cotrim de Figueiredo, também tinha adiantado à Lusa que as taxas de ocupação estão "altíssimas no Natal e no Ano Novo", realçando que no Ano Novo já é habitual, enquanto no Natal "é um fenómeno relativamente recente".

"O número total de lugares [de transporte aéreo] vai-se reduzir e vamos certamente ser prejudicados", acrescentou este responsável.

Num comunicado conjunto, a plataforma que reúne os 12 sindicatos da TAP referiu que a greve tem como objectivo "sensibilizar o Governo para a necessidade de travar o processo de privatização".

"As garantias invocadas pelo Governo, até este momento, não são credíveis, nem eficazes. O interesse nacional não é salvaguardado. Não há urgência em privatizar, tal como o ministro da Economia transmitiu no passado dia 05 de Dezembro, na Assembleia da República", adianta o comunicado da Plataforma Sindical da TAP, divulgado na quarta-feira após uma Assembleia-Geral do Sindicato dos Pilotos de Aviação Civil.

Já esta quinta-feira, o ministro da Economia, António Pires de Lima, afirmou à Lusa que está agendada para sexta-feira uma reunião no Ministério com os sindicatos da TAP, rejeitando fazer um comentário sobre a convocação da greve para a quadra do Natal.

Pires de Lima, que se encontra em Boston, nos Estados Unidos, disse que "há uma reunião marcada desses sindicatos no Ministério da Economia com o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, e onde ele próprio procurará estar para ouvir os sindicatos, perceber as motivações desta greve que foi anunciada".