Pires de Lima diz que o melhor que pode acontecer à PT é que apareçam mais ofertas

Governo acompanha, mas não vai intervir na “nova fase” da PT, disse Pires de Lima, destacando a importância de investidores que façam de Portugal “um ponto central da sua estratégia de investimento”.

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A Cresap remeteu o parecer ao anterior Ministério da Economia, liderado por Pires de Lima Daniel Rocha

 “Se eventualmente [a PT] for alienada, espero que seja um processo competitivo, com transparência e que seja altamente valorizada porque é a melhor garantia que podemos ter do seu desenvolvimento futuro”, afirmou o ministro da Economia, António Pires de Lima esta quinta-feira na Assembleia da República.

Se a PT deverá ou não ser vendida é uma decisão que cabe ao actual accionista. “O que posso desejar é que apareçam outros accionistas que a valorizem. Uma empresa que aparece disponível para dar sete mil milhões ou oito mil milhões é porque a valoriza”. É importante que apareçam “accionistas que façam de Portugal um ponto central da sua estratégia de investimento”, afirmou Pires de Lima.

O ministro levou para a reunião conjunta das comissões parlamentares de Orçamento, Finanças e Administração Pública e de Economia e Obras Públicas, destinada a debater o Orçamento do Estado para 2015, um “gráfico para ilustrar de forma sintética a destruição de valor na empresa entre 2006 e 2013” e sublinhou que desde então o valor da PT encolheu dez mil milhões de euros.

Tudo durante um período em que “a intervenção do Estado e do Governo de forma mais ou menos directa” e de uma gestão “nomeada com forte influência do Governo” empurraram a empresa “a fazer escolhas que se revelaram erradas no Brasil”, a retirar ao seu valor oito mil milhões de euros para travar uma OPA (a da Sonaecom) e a assumir compromissos (o empréstimo à Rioforte) que mostraram como a empresa “estava capturada” por interesses dos accionistas, acusou o ministro.

É importante “virar a página” na PT, disse Pires de Lima. Há que evitar o “dirigismo nefasto e perverso”, porque foi “a maravilhosa intervenção” do anterior Governo que fez com que a PT “acabasse a ser brasileira”, afirmou.

O que não pode haver, segundo o ministro da Economia, é “mais secretários de Estado, ou ministros, ou primeiro-ministros com a mania que também são administradores e gestores da PT, metendo o nariz onde não são chamados”. E dizendo ver com “compreensão alguns apelos para que o Governo acompanhe a empresa”, assegurou que o executivo está obviamente “a acompanhar” a PT, que é uma empresa importante.

“Mas o que é consensual, é que a empresa precisa de um accionista privado com capital para a fazer crescer”, que contrarie “a política de descapitalização dos últimos anos”.

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