Candidato presidencial no novo acordo para prolongar coligação PSD/CDS
Sociais-democratas querem decidir futuro da maioria no primeiro trimestre de 2015, alguns meses antes das eleições legislativas. CDS não se compromete com timing e deixa calendário para Portas e Passos.
“A questão da coligação com o CDS será discutida no primeiro trimestre do próximo ano e, nessa altura, será também discutida a estratégia relativamente às eleições presidenciais”, disse a mesma fonte, revelando que o PSD não valoriza para já nenhum dos nomes que têm sido apontados como eventuais candidatos presidenciáveis do centro-direita.
“O PSD pronunciar-se-á sobre as pessoas que até lá se assumirem para ser candidatos presidenciáveis. Esse será o processo”, referiu ainda a mesma fonte, afastando que o entendimento com o CDS passe pelo actual provedor da Santa Casa da Misericórdia, Pedro Santana Lopes.
Filipe Lobo d’Ávila, porta-voz do CDS, vê “com grande naturalidade que os dois partidos se entendam quanto a um projecto político para o país”. “Depois deste percurso e destes três anos de enorme exigência de governação e de serem os dois partidos a superar o período da troika, vejo esse acordo com naturalidade.” “Mas não me peçam para apontar um calendário, porque essa matéria será definida pelos líderes dos dois partidos”, sublinhou
Marco António Costa, porta-voz do PSD, manifestou, em Junho, alguma pressa em acertar uma estratégia com o CDS para as legislativas. Contudo, na altura o partido de Paulo Portas não se mostrou entusiasmado com a ideia e fonte da direcção do CDS chegou mesmo a dizer que faria depender a coligação do processo orçamental e da reforma do IRS.
Em Janeiro, Pedro Passos Coelho declarou que seria natural os dois partidos irem coligados às legislativas de 2015. Mas já então Portas não manifestou grande abertura à ideia, escrevendo mesmo na moção que, naquele mês, apresentou ao congresso que o normal seria que os dois partidos da actual maioria fossem separados. No entanto, também dizia que as circunstâncias podiam vir a justificar uma coligação pré-eleitoral.
Com o acordo sobre o Orçamento do Estado para 2015 aprovado no domingo, após dezoito duras horas de discussão em Conselho de Ministros, o PSD mantém a pressão para a reedição de um novo entendimento político e o vice-primeiro-ministro não terá grande margem de manobra para dizer que não.
As expectativas criadas em relação a uma moderação fiscal caíram por terra e, mais uma vez, “a vontade de Paulo Portas caiu por terra”, conforme referiu fonte do CDS. O melhor que se conseguiu foi uma solução de compromisso: o Orçamento do Estado para 2015 compromete-se a descer a sobretaxa do IRS, mas não fixa uma percentagem para tal. Essa medida vai ser determinada em função do aumento das receitas fiscais e o reembolso aos contribuintes só terá lugar em 2016.