Sindicato fala em adesão acima de 80% nos serviços de saúde no Algarve

Coordenador do SEP do Algarve diz que as pessoas “têm tido muitas dificuldades” e que “a maior parte das consultas não se tem realizado”.

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Médicos contestam director do agrupamento de centros de saúde PÚBLICO

Em declarações aos jornalistas, Nuno Manjua fez um balanço da adesão no turno da manhã e disse que “muitos serviços estão 100% em greve”. “O Hospital de Lagos está 100% em greve, o de Portimão esta manhã estava perto dos 90% e o hospital de Faro andava perto dos 80%”, disse.

Rosa Franco, do Sindicato da Função Pública do Sul, referiu que “a adesão da administração pública à greve nos três hospitais” que integram o Centro Hospitalar do Algarve (CHA) – Faro, Portimão e Lagos – está entre os 85% e os 90%.

A greve está a ser, segundo o coordenador do SEP do Algarve, “bastante visível”. Nuno Manjua conta que, “ao longo do dia tem-se podido reparar, nas consultas externas, que as pessoas têm tido muitas dificuldades”, porque “a maior parte das consultas não se tem realizado” e os utentes “têm voltado para trás”.

“No Bloco Operatório também só as cirurgias de urgências estão a ser realizadas”, disse Nuno Manjua para quem a greve está ter um “grande impacto”. O responsável frisa que é “um dia de luta pela saúde no Algarve”, “uma acção de todos os profissionais da saúde” que “não é exclusiva dos enfermeiros”.

“Existe muita dificuldade em termos de acessibilidade aos cuidados de saúde às pessoas, quer nos cuidados de saúde primários, quer nos hospitais, precisamente por haver falta de profissionais, de viaturas, de algum material, medicação. É uma situação completamente insustentável, está montado o caos no Algarve e os principais responsáveis continuam a assobiar para o lado, não encontram as soluções que precisamos que sejam urgentes”, criticou o dirigente do SEP.

Para Nuno Manjua, faltam “mais de 1100 profissionais” no Algarve, entre médicos, enfermeiros, assistentes técnicos, assistentes operacionais ou técnicos de diagnóstico.

Rosa Franco diz que “a adesão da administração pública à greve nos três hospitais” se situa entre os 85% a 90%: “É um valor significativo e demonstra grandemente o desagrado dos profissionais de saúde pelo que está a acontecer dentro do CHA e mesmo dentro da ARS do Algarve”, afirmou.

A sindicalista contestou a falta de contratação de novos profissionais e a realização de mais de um turno consecutivo pelo mesmo profissional como situações que têm vindo a degradar as condições de trabalho e dividiu as responsabilidades pelo Ministério da Saúde, pela ARS do Algarve e pelo CHA.

“Esperamos que ao longo do dia a população algarvia se mobilize para a tribuna pública às 17h, esteja lá e as pessoas falem sobre o que tem acontecido aos cuidados de saúde na região”, apelou ainda Rosa Franco.