Greve na saúde algarvia a 22 de Agosto
Falta de recursos materiais e humanos chegou a situação “sem precedentes”. No Hospital de Portimão deixou de ser servida água engarrafada aos doentes, revela sindicalista.
Rosa Franco, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul, dá um exemplo: “Neste momento já não servem água engarrafada aos doentes do Hospital de Portimão. E um dia destes a água da torneira estava castanha. Passámos a dizer aos familiares dos doentes internados para trazerem fraldas e água”. A falta de recursos humanos também se faz sentir, prossegue a sindicalista: “No Centro Hospitalar do Algarve há auxiliares de saúde a fazer turnos de 16 horas e enfermeiros a fazer turnos de 12 ou de quatro, consoante as necessidades. No concelho de Monchique fecharam duas extensões de saúde já este ano, por se terem aposentado duas funcionárias administrativas”.
Apesar de não ter sido decretado pelos sindicatos de médicos, o pré-aviso de greve também abrange esta classe. Quer o serviço nos centros de saúde quer as consultas externas e as cirurgias programadas dos hospitais podem vir a ser afectadas, antevê Rosa Franco, ressalvando que não é intenção dos sindicatos prejudicar os doentes. Prova disso, exemplifica, é que a este protesto, que inclui uma concentração junto à Administração Regional de Saúde do Algarve, conta com o apoio não só de movimentos de utentes como de autarquias e deputados, incluindo do PSD.
“Dez dos 16 autarcas que dirigem as câmaras da região já confirmaram a sua presença nesta tribuna pública de dia 22” destinada dar voz aos utentes do Serviço Nacional de Saúde e cidadãos, prossegue a sindicalista. O deputado Cristóvão Norte e o presidente da Câmara de Castro Marim, onde também já encerraram serviços de saúde, estão entre os aderentes sociais-democratas aderentes ao protesto, revela.