Direcção do PS condena insultos a Costa que serão averiguados pela concelhia de Valongo
Seguro e Maria de Belém condenaram os insultos a Costa que serão investigados pela concelhia de Valongo.
Recorde-se o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, foi vaiado à saída da reunião da Comissão Nacional do PS que rejeitou debater a sua proposta de realização e um Congresso extraordinário, antecipado de eleição de secretário geral (directas).Apesar de rejeitada na reunião plenária de direcção a sua realização continua a ser pedida por algumas federações distritais.
Na segunda-feira à noite proposta de congresso e de directas foi aprovada na federação de Leiria com 23 votos a favor, sete abstenções e seis votos contra. Esta proposta é agora aprovada por nove federações: Lisboa, Braga, Algarve, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Vila Real, Açores. Isto num momento em que a candidatura de Costa pode vir a abandonar a defessa de um conclave antes das primárias e concentrar-se no processo eleitoral interno.
Sobre os incidentes e a tensão interna, coube a Seguro falar na noite de segunda-feira. "Condeno todas essas situações como outras que, infelizmente, têm ocorrido. O apelo que eu deixo é um apelo à serenidade e bom senso, trata-se de um debate e quanto mais depressa nós nos concentrarmos no debate, melhor", disse o secretário-geral do PS em Gaia.
E remeteu para as estruturas partidárias o apurar dos acontecimentos: "O PS está atento a situações que todos nós lamentamos e todos nós condenamos, que ocorreram ontem [domingo] em Ermesinde, e que têm ocorrido, infelizmente, noutras zonas do nosso país e em diferentes ocasiões. Portanto, [o partido] tem os órgãos próprios e tudo isso será devidamente esclarecido." Garantindo ainda: ""Estou convencido de que a maioria dos socialistas saberá interpretar as minhas palavras."
Já esta terça-feira, Maria de Belém Roseira apelou, em comunicado, a que "a todas e todos os envolvidos no debate interno para que se pautem por regras de conduta à altura das responsabilidades cívicas e de cidadania" que "honram [o PS] como partido fundador da democracia em Portugal."
Maria de Belém Roseira considerou ainda que "a História do PS honra a Democracia portuguesa" e que ao longo da vida deste partido "vários foram os momentos em que se viveram disputas pela liderança interna que sempre contribuíram para o reforço da carta identitária de valores e princípios que sustenta as políticas públicas" defendidas pelos socialistas.
Sustentando que, no momento que o PS vive, "exige-se de todas e de todos respeito e tolerância pelas diferentes visões, diversidades e perspectivas que integram o património" do partido, a presidente condenou os incidentes: "Têm vindo, porém, a suceder-se episódios e incidentes diversos que reflectem posturas inaceitáveis e comportamentos que repudiamos e ofendem a História do PS. A melhor forma de perder a razão é substituir os argumentos pela injúria ou pela ameaça física ou verbal."
Já na segunda-feira à noite, António Costa considerou "inaceitável num partido como o PS" os momentos de tensão e os insultos de que foi alvo no final da Comissão Nacional de domingo, mostrando-se convicto de que houve instrumentalização. O presidente da Câmara de Lisboa salientou que "Manuel Alegre já disse tudo o que havia para dizer", acrescentando que são situações que "não merecem sequer qualquer tipo de comentário". E sublinhou: "Quem estava lá viu o que se passou. Não valorizo mais do que aquilo que é, mas que é algo é que inaceitável num partido como o PS. E é um bom exemplo do que é que se tem que mudar", enfatizou. Interrogado sobre se vai pedir explicações à direcção do partido sobre o sucedido, António Costa respondeu apenas: "Acho que ficou tudo explicado, não é preciso pedir explicações".