Pais das vítimas do "caso Meco" dispostos a ir até ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos

Familiares estiveram este domingo em silêncio à porta da PGR. Exigem a verdade sobre o que aconteceu em Dezembro de 2013.

Durante seis minutos, os pais dos jovens mantiveram-se em silêncio à porta da PGR
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Durante seis minutos, os pais dos jovens mantiveram-se em silêncio à porta da PGR Rui Gaudêncio
Na iniciativa participaram amigos e familiares das vítimas
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Na iniciativa participaram amigos e familiares das vítimas Rui Gaudêncio

Pelas 17h, onze familiares dos seis jovens que morreram a 15 de Dezembro juntaram-se à entrada da Procuradoria-Geral da República (PGR), em Lisboa. De mãos dadas, mantiveram-se em silêncio durante seis minutos, um por cada vítima. “Por favor ajudem os nossos pais a descobrir a verdade”. A frase escrita em pequenos corações com o nome de cada um dos jovens, a acompanhar um ramo de flores colocado na porta da PGR, explica a razão que levou à iniciativa, a que assistiram perto de 20 outras pessoas, incluindo familiares e amigos.

“Não temos tido qualquer resposta mas já sabemos a verdade. Foi uma praxe”, desabafou ao PÚBLICO o pai de Tiago Campos, um dos dois rapazes que morreram nas águas da costa de Sesimbra. José Carlos Campos disse “ainda acreditar na Justiça” mas lamenta “mais nada saber”.

A mãe de Catarina Soares repetiu as mesmas palavras. “Não temos dúvida nenhuma. O que aconteceu foi durante um ritual de praxe”, sublinhou Fernanda Cristóvão. A familiar reconhece que por o processo estar em segredo de justiça não sejam disponibilizadas informações, mas diz não aguentar o silêncio total. É através da comunicação social que vai sabendo pormenores sobre caso, nomeadamente que o processo teria sido arquivado. “Não acreditamos nisso. As evidências existem para provar que foi o resultado de uma praxe”.

O despacho final do procurador do Ministério Público deverá ser conhecido em “muito em breve”, segundo o advogado que representa as famílias, Vítor Parente Ribeiro. “Aguardamos que seja proferido o despacho para agirmos”. “Se não for deduzida uma acusação ou o processo for arquivado, estamos dispostos a recorrer a todas instâncias nacionais e até ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos contra a actuação do Estado”, assegurou.

Não existe qualquer arguido constituído no processo, que está nas mãos do Ministério Público de Almada. Os pais dos jovens já foram ouvidos, bem como o único sobrevivente da tragédia, o dux e presidente da Comissão Oficial de Praxe da Universidade Lusófona, João Miguel Gouveia. O Ministério Público e a Polícia Judiciária terão ouvido perto de 20 pessoas durante a investigação.

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