Declarações “homofóbicas” de Marinho e Pinto poderão travar adesão do MPT aos Verdes no PE
Eurodeputado tem-se manifestado contra a adopção de crianças por casais do mesmo sexo.
“Temos de ver se [estas declarações] são compatíveis com o nosso programa”, afirmou ao PÚBLICO Helmut Weixler, porta-voz do grupo parlamentar dos Verdes (o quinto em dimensão do PE, com 52 eleitos).
A partir da preferência expressa pelo próprio Marinho e Pinto de integrar o grupo parlamentar dos Verdes, o eurodeputado manteve esta semana “contactos exploratórios” com uma delegação do grupo parlamentar que, segundo Weixler, decorreram em “ambiente amigável”. Por enquanto não há quaisquer conclusões, precisou.
Uma decisão a esse respeito poderá ser tomada na próxima terça ou quarta-feira durante uma reunião dos chefes das delegações nacionais, sob proposta do comité que ouviu Marinho e Pinto.
Antes da decisão, no entanto, o grupo parlamentar sondará o partido português Os Verdes – que concorre às eleições em Portugal em coligação com o PCP na CDU – e que é membro da família ecologista europeia.
O ex-eurodeputado Rui Tavares será igualmente sondado pelo facto de ter integrado o grupo parlamentar dos Verdes depois da ruptura com o Bloco de Esquerda em que fora eleito em 2009. Isto, apesar de o seu novo partido Livre não integrar a família ecologista.
Nem os Verdes, nem Rui Tavares terão qualquer poder de veto sobre a admissão do MPT no grupo, precisou ainda Weixler.
O ex-bastonário da Ordem dos Advogados está igualmente em “conversações exploratórias” com o grupo dos Liberais (o terceiro maior do PE com 59 deputados), apesar de, segundo o seu porta-voz, Neil Corlett, não haver por agora qualquer pedido formal de Marinho e Pinto para integrar esta bancada. Uma decisão sobre esta questão poderá ser igualmente tomada terça-feira ou quarta-feira durante uma reunião dos chefes das delegações nacionais do grupo.
Os responsáveis políticos europeus não revelaram quais as declarações de Marinho e Pinto que estão a investigar.
O eurodeputado do MPT tem-se mostrado contra a adopção de crianças por casais do mesmo sexo.
“O desenvolvimento harmonioso da personalidade da criança exige um pai homem e uma mãe mulher – e não um homem a fazer de mãe e uma mulher de pai”, afirmou Marinho e Pinto há um ano.
Ainda nesta semana, já em Bruxelas, o advogado voltou a manifestar esta opinião.