As cinco figuras do título
Os jogadores que mais influentes foram na conquista do 33.º título de campeão nacional do Benfica.
Luisão
Jogos 27; Titular 27; Suplente 0; Minutos 2423; Assistências para golo 0; Golos 1
A 11.ª temporada de Luisão de águia ao peito foi uma das mais bem conseguidas desde que o brasileiro chegou à Luz. Aos 33 anos, o capitão do Benfica, muitas vezes descrito por Jorge Jesus como a extensão do treinador dentro do relvado, voltou a ser o líder de uma defesa que começou com o pé esquerdo mas que, paulatinamente, foi encontrando o seu caminho e conseguiu uma série de cinco jornadas sem sofrer golos. Mesmo no registo de alternância promovido pelo técnico entre jogos do campeonato e da UEFA, Luisão foi sempre um pilar inamovível, formando com Garay provavelmente a melhor dupla de centrais da Liga portuguesa. Em 26 jornadas, viu apenas três cartões amarelos, uma proeza para um jogador com as suas características, e já coleccionou partidas suficientes para entrar no top 10 dos futebolistas com mais jogos na história do Benfica (soma já 412, menos sete do que Cavém, o nono da lista, e só termina o contrato em 2016).
Enzo Pérez
Jogos 26; Titular 26; Suplente 0; Minutos 2248; Assistências para golo 5; Golos 3
É, indiscutivelmente, o dínamo que mantém a equipa sempre ligada ao jogo. Em 2012-13 afirmou-se como um titular absoluto no meio-campo “encarnado” (curiosamente numa posição diferente da que desempenhava no Estudiantes, onde era uma referência na ala direita) e nesta temporada manteve intocável o estatuto de um dos mais influentes jogadores do Benfica. Trabalhador incansável, lúcido nas tarefas defensivas e fundamental na fase de transição ofensiva, com um transporte de bola que nenhum outro elemento assegura no plantel, Enzo Pérez foi uma das peças imprescindíveis para a estratégia montada por Jorge Jesus. Determinante na cobrança de bolas paradas (quatro das suas cinco assistências para golo nasceram de pontapés de canto), o argentino, cuja condição física foi sempre gerida com pinças, falhou apenas os jogos da 13.ª e 19.ª jornadas por castigo.
Lazar Markovic
Jogos 25; Titular 19; Suplente 6; Minutos 1630; Assistências para golo 5; Golos 5
Aquele lance quase de Playstation que deu ao Benfica o golo do empate em Alvalade, no jogo da 3.ª jornada, mostrou aos adeptos portugueses a dimensão do talento deste sérvio de 20 anos. Intratável com a bola no pé, Markovic alia a uma técnica apuradíssima uma velocidade alucinante, que fazem dele um dos elementos mais desequilibradores do campeonato (a arrancada que está na origem do primeiro golo dos “encarnados” frente ao FC Porto, na 15.ª jornada, é outro exemplo evidente). Chegou à Luz com a cultura de jogo das escolas do Partizan, muito virado para o ataque, mas cedo aprendeu com Jorge Jesus que o equilíbrio dinâmico do colectivo se sobrepõe às aventuras individuais. A partir daí, tornou-se mais solidário, mais empenhado nos diferentes momentos do jogo, mas sem nunca perder de vista a baliza adversária. Pelos valores envolvidos e pela mais-valia desportiva que trouxe ao plantel, foi a grande contratação da temporada.
Nico Gaitán
Jogos 25; Titular 24; Suplente 1; Minutos 2052; Assistências para golo 7; Golos 4
A quarta temporada do argentino na Luz tem sido a mais brilhante desde que chegou à Europa. Mesmo no arranque da época, quando a equipa ainda jogava aos solavancos, Gaitán já mostrava uma condição física acima da média, que viria a manter durante os meses seguintes. Dono de uma visão de jogo invulgar e de um pé esquerdo magistral, o número 20 do Benfica alinhou quase sempre na faixa esquerda, ora explorando o corredor em profundidade, ora rompendo em diagonais que desconsertavam os adversários. Não é por acaso que é o elemento do plantel com mais assistências bem sucedidas. Ainda assim, foi o golo apontado ao Belenenses, na 21.ª jornada (um "chapéu" de longa distância num terreno muito pesado), um dos pontos altos da temporada e o espelho do virtuosismo de um daqueles jogadores que ajudam a encher os estádios.
Rodrigo
Jogos 26; Titular 22; Suplente 4; Minutos 1204; Assistências para golo 6; Golos 11
O hispano-brasileiro tem muitas virtudes e uma delas é a paciência. Em Lisboa desde 2010-11, com um empréstimo ao Bolton pelo meio, soube esperar pela oportunidade e agarrá-la com as duas mãos. No início da temporada, com o bom início de Cardozo, a vaga de Rodrigo no ataque continuava ameaçada, mas graças à lesão do paraguaio e à aposta de Jesus num sistema com dois avançados móveis, o internacional sub-21 espanhol foi conquistando espaço. Rápido como poucos e imprevisível nas movimentações, é fundamental a abrir brechas na defesa adversária e faz com Lima uma dupla muito versátil. O golo apontado ao FC Porto, na 15.ª jornada, e especialmente aquele que marcou ao Nacional, na 23.ª (um remate de fora da área ao ângulo superior da baliza), estarão seguramente entre os melhores momentos da época do avançado de 23 anos cujo passe foi já vendido no encerramento do mercado de Inverno.