Vaticano investiga alegada conduta sexual imprópria do cardeal Keith O’Brien
Mais de um ano depois da sua resignação, surge uma investigação às acusações de abuso sexual do cardeal O'Brien.
Em Fevereiro do ano passado, Keith O’Brien deixou a liderança do arcebispado de Edimburgo, depois de admitir que a sua conduta sexual ficou em tempos “abaixo do que seria esperado”, enquanto “padre, arcebispo e cardeal”. O cardeal tinha sido acusado por três padres e um antigo seminarista da diocese de St. Andrews e Edimburgo, na Escócia, de “actos impróprios” na década de 1980.
Mais de um ano depois da renúncia de O’Brien, que aconteceu dias antes da resignação do Papa Bento XVI, o Vaticano prepara-se para realizar um inquérito sobre os comportamentos do cardeal no passado. A investigação vai ser feita entre os membros da arquidiocese de St. Andrews e Edimburgo, no sentido de descobrir que provas existem contra O’Brien ou qualquer outro membro do clero.
O actual arcebispo da arquidiocese, Leo Cushley, anunciou a realização da investigação em duas cartas enviadas esta semana aos membros da sua congregação, onde apelou à colaboração no inquérito do Vaticano, que vai ser conduzido pelo bispo maltês Charles Scicluna, avança o National Catholic Reporter.
Segundo o mesmo jornal, as cartas do arcebispo Cushley indicam que foi o próprio Papa Francisco a pedir à Congregação para os Bispos do Vaticano que enviasse Scicluna à Escócia, o que deverá acontecer na próxima semana.
Scicluna ficou conhecido em 2005, depois do então cardeal Joseph Ratzinger, depois Papa Bento XVI, lhe ter pedido para reunir testemunhos sobre um abusador sexual e pedófilo, o fundador dos Legionários de Cristo, Marcial Maciel. Maciel foi protegido por João Paulo II, mesmo depois das primeiras queixas de abusos contra o padre, nos anos 1940. O maltês foi ainda responsável pela revisão de centenas de casos de padres afastados do sacerdócio depois de os seus nomes terem estado envolvidos em abusos sexuais.
Esta será a primeira investigação do Vaticano a um dos seus cardeais por suspeitas de abusos sexuais e a primeira vez que um Papa investiga activa e publicamente um cardeal no âmbito deste tipo de acusações.