Le Pen a caminho de Bruxelas

A Frente Nacional francesa não tinha até hoje um único presidente da câmara. Neste momento, já tem um garantido e sete vitórias para disputar na segunda volta. Não teve os resultados que queria – dez câmaras e mil vereadores – mas iniciou uma nova fase de recuperação. A extrema-direita ganhou porque os franceses não confiam nos políticos e sentem-se ignorados pelos partidos, ganhou por causa dos sucessivos escândalos à esquerda e à direita, e ganhou porque Marine Le Pen, a filha e herdeira de Jean-Marie Le Pen, tem o talento do pai para arrebatar multidões, mas a inteligência de não ser odiosamente radical. Tornou-se no estranho paradoxo de ser uma espécie de extremista-sensata, invenção para o que às vezes chamamos “populistas”. Le Pen inicia assim, em melhores condições do que o seu “colega” holandês Geert Wilders, a escalada da rampa de lançamento para as eleições europeias de Maio, nas quais os eurocépticos, os extremistas de direita e os populistas não-alinhados se preparam para mais do que duplicar a sua força no Parlamento Europeu.

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