Estudo de alterações climáticas levou EPAL a requalificar captação de água no Tejo

Investimento de 5,5 milhões de euros, as obras têm conclusão prevista para Setembro.

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Quebra no consumo de água pode indicar busca de fontes alternativas Adriano Miranda

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) coloca Portugal entre os países com maior risco de stress hídrico, no futuro, sendo a água uma das áreas mais críticas. O estudo AdaptaClima, um trabalho da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, permitiu analisar "como todo o sistema de abastecimento da EPAL se comportava perante um cenário de alterações climáticas e os resultados foram bastante tranquilizadores, nomeadamente ao nível da cunha salina do estuário do Tejo", onde a empresa tem uma captação de água, explicou José Manuel Sardinha.

A empresa estava principalmente preocupada com as duas principais captações de água, na barragem de Castelo do Bode e na captação do Tejo (Valada - Azambuja), a partir das quais fornece cerca de três milhões de habitantes. "Mesmo nos piores cenários, [a captação do rio Tejo] fica relativamente afastada e vamos ter água doce, apesar da subida do nível médio da água do mar", realçou.

Esta conclusão permitiu avançar com investimentos de requalificação da infraestrutura, com mais de 50 anos, que estão em curso e que vão aumentar a eficiência energética através da instalação da automatização. Com um investimento de 5,5 milhões de euros, as obras têm conclusão prevista para Setembro. "A preocupação era saber se esta infraestrutura iria continuar a captar água doce dentro de 50 ou 100 anos", especificou José Manuel Sardinha.

Outro aspecto que tranquilizou os responsáveis da EPAL tem a ver com as alterações previstas, não só de quantidade, mas também de qualidade da água da barragem de Castelo de Bode que actualmente suporta cerca de 80% da água fornecida na Grande Lisboa. "Nesta infraestrutura, não há obras previstas porque já foi requalificada", referiu o presidente da EPAL.

As conclusões do AdaptaClima "são muito importantes porque podem apontar cenários de grande probabilidade de ocorrência e, com o devido tempo, temos condições para fazer alterações no sistema de modo a evitar que o abastecimento dos consumidores não seja afectado no futuro", resumiu José Manuel Sardinha. No entanto, "o sistema [da EPAL] é suficientemente resiliente e robusto para resistir a alterações climáticas", conclui.