BCE mantém taxas e diz que não há deflação na zona euro

Banco Central Europeu não anuncia novas medidas, mas diz estar atento.

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REUTERS/Ralph Orlowski

Apesar do baixo nível da inflação na zona euro, que desceu para 0,7% em termos homólogos em  Dezembro, o BCE não aprovou novos medidas para a dinamização da economia e para a subida dos preços, nem mesmo com a  penalização dos depósitos dos bancos na instituição, como muitos reclamavam. Assim, a  taxa dos depósitos a um dia mantém-se em zero.
 
Mario Draghi afirmou que as economias na zona euro estão a evoluir como o previsto e que "o BCE se manterá  atento e tomará as medidas que forem necessárias”.   Sobre os instrumentos que o banco central pode utilizar, Draghi voltou a não abrir o jogo , dizendo que “isso  vai depender das contingências que tivermos de enfrentar".

Tal como na reunião de Janeiro, o presidente do BCE voltou  a reafirmar o compromisso de “manter as taxas nos actuais níveis baixos, ou ainda em nível inferior, por um largo período de tempo”, esperando que essa decisão “ajude à recuperação das economias da zona euro”.

Durante a conferência de imprensa que se seguiu à reunião de governadores, Mario Draghi garantiu que “as expectativas de inflação estão firmemente ancoradas” e que o BCE não vê “aspectos similares com o ocorrido no japão nos anos 90”.

“Não digo que estamos cómodos com a inflação actual, mas sim que as perspectivas de inflação são um risco. Estamos em alerta, digo-o outra vez, perante este risco e prontos para actuar”, afirmou Mário Draghi, depois de várias perguntas sobre o tema da inflação.

Draghi insistiu que é preciso compreender as razões da baixa inflação, destacando que ela se deve essencialmente aos países resgatados (Portugal, Irlanda, Grécia).

“Quanto mais tempo estiver baixa, mais tempo demora a ajustar-se a esse é um risco em si mesmo e a que o BCE estará atento”, afirmou o presidente do BCE.

Antes de tomar outras decisões, o BCE esperará por novos dados, designadamente o produto intermo bruto relativo ao terceiro trimestre a as projecções de Março, que se vão estender até 2016.

Sobe o financiamento à economia, Mario Draghi disse que “nem todo o crédito está débil”. Para o presidente do BCE, a obtenção de crédito por parte das empresas nos mercados de capitais “está a fluir”, mas o crédito bancário não está a ser assegurado, o que pode em parte ser explicado pela avaliação que vai ser feita aos bancos.
 
Questionado sobre a crise dos mercados emergentes, o presidente do BCE assumiu que “as razões dessa crise são complexas” e estão fora do controlo do BCE. Defende, no entanto, que “os mercados da zona euro estão mostrando resistência a estes acontecimentos”.

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