Leilão da Christie’s rendeu 32,6 milhões de euros sem a colecção do BPN

Um Miró de um coleccionador suíço foi licitado muito acima da estimativa máxima da leiloeira.

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Pormenor do quadro de Miró, L'oiseau nocturne

Reduzido a 30 lotes, o leilão contou, ainda assim, com duas pinturas de Miró, vindas de uma colecção privada suíça, e a mais importante das duas, L’oiseau nocturne (Pássaro Nocturno), foi mesmo uma das peças mais valorizadas, tendo sido licitada por quase 3,3 milhões de euros, não muito longe do dobro da estimativa máxima da leiloeira (1,8 milhões de euros).

Mas, apesar de só um dos 30 lotes não ter sido vendido e de a generalidade das obras ter atingido ou superado as estimativas, este leilão de arte surrealista esteve longe de atingir os valores conseguidos pelo outro leilão que a Christie’s promoveu no mesmo dia, dedicado à arte impressionista e moderna, cujas vendas totalizaram cerca de 150 milhões de libras (180 milhões de euros). Só uma natureza-morta do pintor e escultor espanhol Juan Gris, Nature morte à la nappe à carreaux, comprada por quase 42 milhões de euros, rendeu mais do que todo o leilão de arte surrealista.

Quanto é que este teria atingido caso as obras de Miró não tivessem sido retiradas, é uma incógnita, mas o valor atingido por L’oiseau nocturne parece sugerir que pelo menos as peças mais relevantes da colecção do BPN poderiam estar estimadas por baixo. Ou que o burburinho criado por esta polémica, noticiada em jornais de todo o mundo, pode ter funcionado como publicidade ao pintor catalão e valorizado a sua obra.

As restantes obras de Miró retiradas pela Christie’s deveriam ser leiloadas esta quarta-feira em dois leilões sucessivos: Impressionist/Modern Works on Paper e Impressionist/Modern Day Sale.

 

 

 

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