Eusébio não vai marcar golos, mas vai estar em campo no clássico

Uma semana após a morte do “Pantera Negra”, Benfica e FC Porto defrontam-se hoje no Estádio da Luz.

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Matic e Jackson, as figuras maiores de Benfica e FC Porto Francisco Leong/AFP

Antes do pontapé de saída marcado para as 16h, uma hora pouco habitual nos dias de hoje mas a fazer lembrar outros tempos, haverá um minuto de silêncio em honra de Eusébio que as duas partes prometeram respeitar, de acordo com os desejos da família. Mas, depois, será “business as usual”. O Benfica irá querer aproveitar o impulso emocional de uma Luz cheia para homenagear o seu herói caído com uma vitória e manter-se no topo da liga, o FC Porto vai procurar manter a sua série de bons resultados na Luz, onde não perde para o campeonato desde 2009.

Águias e dragões chegam à última jornada da primeira volta empatados com os mesmos pontos (33) e uma primeira metade da época com alguns altos e baixos, mas é o Benfica quem parece chegar ao “clássico” em melhor forma. Depois da derrota com o Olympiakos a 5 de Novembro do ano passado, que praticamente atirou o Benfica para fora da Liga dos Campeões, os “encarnados” alcançaram nove vitórias nos últimos dez jogos e apenas perderam pontos n um surpreendente empate caseiro (2-2) frente ao Arouca e depois de terem estado a perder por duas vezes.

Já a formação orientada por Paulo Fonseca tem tido um percurso mais acidentado nos mesmos últimos dez encontros, dos quais venceu apenas cinco, com uma eliminação da Champions pelo meio, e desbaratando uma vantagem em relação a Benfica e Sporting que chegou a ser de cinco pontos, incluindo uma derrota em Coimbra (1-0) com a Académica e um empate (1-1) no Dragão com o Nacional da Madeira.

Um experiente e um estreante
Para Jorge Jesus, defrontar o FC Porto já não é novidade nenhuma. Já foram 30 jogos contra a formação portista ao serviço de nove clubes diferentes, desde a estreia em 1995 ao serviço do Felgueiras, até Maio do ano passado, no jogo que praticamente entregou o título ao FC Porto. O registo de Jesus contra os portistas não é famoso, com 19 derrotas, sete empates e quatro vitórias, todas elas ao serviço do Benfica e apenas uma a contar para o campeonato, precisamente o primeiro de 13 clássicos em que esteve no banco “encarnados”. Destes 13 confrontos, Jesus ganhou quatro, empatou dois e perdeu sete, e o de hoje, o 14.º poderá dar a 100.ª vitória de Jesus em jogos para o campeonato desde que chegou à Luz.

Já Paulo Fonseca, que chegou a ser jogador de Jorge Jesus quando ambos estavam no Estrela da Amadora na época 2002-03, fará a sua estreia em “clássicos” no banco portista, mas o registo que tem na última época como técnico do Paços de Ferreira é bastante negativo. Em quatro jogos, Fonseca sofreu três derrotas e apenas conseguiu um empate (1-1) na segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal depois de já ter perdido por 2-0 no primeiro encontro. Nos seus tempos de jogador, Fonseca, um defesa-central, conseguiu dois triunfos sobre o Benfica, com as camisolas do Belenenses e do Marítimo, tendo inclusive marcado um golo pelos “azuis” do Restelo numa vitória por 2-1 na Luz a 25 de Janeiro de 1997.

Para Jesus, o “clássico” vem num bom momento para o Benfica. “A equipa está bem devido aos jogos que vem fazendo. Tem somado vitórias e, ultimamente, fez um jogo bem conseguido. O clássico chega num momento em que o Benfica só tem razões para estar satisfeito”, observa o técnico benfiquista, considerando que a vontade de homenagear Eusébio pode funcionar a favor ou contra os “encarnados”: “A emoção estará presente. Espero é que toda esta emoção e sentimento, decorrentes do que se passou ao longo da semana, não nos tragam uma maior responsabilidade e pressão maiores.”

Paulo Fonseca, por seu lado, diz que vai respeitar a homenagem a Eusébio, mas o seu objectivo será apenas um, vencer: “Vamos respeitar a homenagem a esta grande figura, mas queremos provar que somos uma equipa preparada para vencer na Luz.”

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