“Mais do que uma das grandes figuras do futebol português, Eusébio foi uma das grandes figuras de Portugal. Acho que Eusébio significa mais para Portugal e para os portugueses do que aquilo que significa uma pessoa importantíssima ao nível do futebol. Eusébio é Portugal. Desde criança que cresci com Eusébio e com Amália, que foram os grandes símbolos de Portugal e continuo a ver as coisas nessa perspectiva. Acho que são imortais. Aquilo que Eusébio deixa torna-o imortal”, referiu o treinador do Chelsea, em declarações à RTP.

“Para mim, aquilo que ele foi no futebol foi sempre uma referência importante. Os valores, os princípios e os sentimentos que ele foi transmitindo, mesmo depois de terminar a sua carreira, fazem dele uma pessoa única no futebol português. Obviamente que deixa um vazio grande, mas prefiro vê-lo numa perspectiva de imortalidade, por aquilo que ele fez num futebol e num mundo diferentes daquilo que são hoje”, justificou.

Mourinho estabeleceu ainda uma comparação entre o futebol do tempo de Eusébio e a actualidade: “Hoje é muito mais fácil cada um dos actuais grandes do futebol mundial face às condições que têm ao seu dispor. Eusébio, numa geração completamente diferente, foi aquilo que foi. Poderíamos pensar aquilo que Eusébio poderia ser hoje, se tivesse 20 ou 30 anos e fosse jogador de futebol. Acho que seria uma coisa assombrosa. Sem os meios que existem e as máquinas que existem hoje ao dispor do futebol e dos jogadores, Eusébio conseguiu coisas absolutamente incríveis.”

“A minha geração ainda tem Eusébio na memória. Eu, por exemplo, recordo-me ainda de o ver jogar contra o meu pai [Félix Mourinho, antigo guarda-redes]. Tem um significado especial que nós não podemos deixar perder para as gerações seguintes. Por exemplo, o meu filho sabe perfeitamente quem foi Eusébio e respeita tudo aquilo que ele fez”, concluiu.