Jornalistas da Al-Jazira acusados de terrorismo no Egipto ficam em prisão preventiva
São acusados de pertencerem à proscrita Irmandade Muçulmana.
O jornalista australiano Peter Greste e Mohamed Fahmy, de dupla nacionalidade canadiana e egípcia e chefe do serviço em inglês da Al-Jazira no Cairo, são dois dos detidos.
O irmão de Fahmy lembra que o jornalista trabalhou para a estação CNN dos Estados Unidos e garante que a acusação de pertencer à Irmandade Muçulmana não tem qualquer fundamento. “É uma loucura”, disse à AFP Sherif Fahmy. Mohamed “não tem qualquer ligação com a Irmandade Muçulmana nem com a sua ideologia.”
O advogado do jornalista diz que os procuradores exigem provas de que o jornalista não pertence à organização proscrita pelas novas autoridades e a que pertencia o Presidente deposto Mohamed Morsi. “Como podemos nós provar isso?”, interroga-se o irmão do jornalista acusado de liderar “uma rede de comunicação social” apostada “em desonrar a imagem do Egipto no estrangeiro”.
Num comunicado oficial do Ministério Público, divulgado pelas agências, não fica claro se os três jornalistas enfrentam a mesma acusação. Além de Fahmy e do australiano Peter Greste, que já trabalhou para a britânica BBC e venceu em 2011 o prestigiado prémio Peabody com uma reportagem na Somália, ficou também preso o produtor egípcio Baher Mohamed.
A Al-Jazira exigiu a libertação dos jornalistas e diz ser “um escândalo” eles serem “tratados desta maneira”.