Morreram 70 jornalistas em 2013, a maior parte na Síria e no Iraque

Pela primeira vez numa década, não houve repórteres mortos no México.

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A Síria é um campo de morte para os jornalistas FABIO BUCCIARELLI/AFP

Na região, por outro lado, o México aparece, pela primeira vez numa década, ausente da lista de lugares onde morrem jornalistas por causa do seu trabalho, diz o Comité para a Protecção de Jornalistas, que compila estes dados desde 1992.

A Síria é o país que mais se destaca, com 29 mortes, incluindo de jornalistas-cidadãos trabalhando para mostrar combates nas suas cidades, repórteres de media ligados ao Governo ou à oposição, e alguns correspondentes de órgãos estrangeiros. Não só mortes, mas também raptos têm sido um enorme problema para os jornalistas no país, com 60 casos documentados, e 30 jornalistas ainda desaparecidos. Acredita-se que a maioria esteja em mãos de rebeldes extremistas, mas há pelo menos um caso documentado de uma morte de um jornalista sob custódia das autoridades.

No Iraque morreram dez jornalistas, a maioria no final do ano, em assassínios e um atentado suicida contra uma estação de televisão em Tikrit.

No Egipto, morreram seis (metade enquanto cobriam a acção das forças de segurança contra apoiantes da Irmandade Muçulmana após o afastamento do Presidente eleito, Mohammed Morsi, pelo Exército). Desde o derrube de Morsi, em Julho, que muitos media foram encerrados, e o regime deteve no domingo quatro jornalistas da Al-Jazira acusando-os de terem “encontros ilegais” com a Irmandade Muçulmana, movimento que as autoridades tinham acabado de classificar como “terrorista”, ilegalizando-o, e ainda de reproduzirem “notícias falsas”, “prejudiciais para a segurança nacional”. Trata-se de um canadiano, um australiano e dois egípcios.

"O Médio Oriente tornou-se um campo de morte para os jornalistas”, comentou o director do CPJ, Robert Mahoney. Enquanto o número de jornalistas mortos devido ao seu trabalho diminuiu em alguns lugares, a guerra civil síria e os ataques sectários no Iraque fizeram o contrário.”

A maior parte dos jornalistas mortos cobriam acontecimentos no local em que viviam. Muitas das mortes deste ano, diz a organização, tiveram lugar durante bombardeamentos ou combates, mas também houve jornalistas assassinados por estarem a investigar alguns temas como corrupção política, tráfico de droga ou má conduta da polícia - aconteceu no Brasil (três mortes, todas de jornalistas locais depois de investigarem crime local ou casos de corrupção), Colômbia, Filipinas, Índia, Bangladesh, Paquistão e na Rússia. O Mali entrou pela primeira vez na lista com a morte de dois jornalistas franceses.

No total de mortes, 44% dos jornalistas foram assassinados, menos do que o que tem sido a percentagem nos registos do CPJ, 36% foram mortos em combate ou em fogo cruzado, e 20% em algum outro tipo de trabalho perigoso.
 
 
 
 
 
 
 
 

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