Governo vai vender acções dos CTT a 5,52 euros cada
Opção por preço máximo permite encaixe de 580 milhões de euros com operação, que avalia os correios em 828 milhões de euros.
O Estado vai vender as acções dos CTT a 5,52 euros, o limite máximo do intervalo fixado inicialmente para a privatização, segundo informou a Parpública, em comunicado enviado nesta terça-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O encaixe com a operação rondará assim os 580 milhões de euros, já que serão alienadas 105 milhões de acções representativas de 70% do capital. A empresa fica avaliada em 828 milhões de euros.
Na sequência de despacho do secretário de Estado das Finanças, “o preço unitário das acções dos CTT a alienar no âmbito da: (i) oferta pública de venda destinada à aquisição pelo público em geral foi fixado em 5,52 euros; (ii) reserva destinada à aquisição por trabalhadores foi fixado em 5,24 euros; e (iii) venda directa institucional e do lote suplementar foi fixado em 5,52 euros”, refere o comunicado da Parpública.
A nota enviada à CMVM adianta ainda que “a quantidade de acções representativas do capital social dos CTT a alienar na oferta pública de venda é de 21.000.000 acções”, destinando-se aos pequenos investidores e aos trabalhadores. Já o número de acções representativas do capital social dos CTT “objecto da venda directa institucional é de 84.000.000 acções, incluindo 9.545.454 acções correspondentes ao lote suplementar”, acrescenta o comunicado.
Esta última fatia será alienada a grandes investidores, numa operação mediada por quatro bancos (Caixa Bi, JP Morgan, BBVA e BESI). Nesta terça-feira, estas acções serão alienadas às instituições financeiras, que ficam responsáveis pela sua colocação junto dos investidores institucionais. Já o lote suplementar, que será mantido em reserva na Parpública por motivos de estabilização de preço, também poderia ser vendido àquele grupo, se o Governo assim decidir.
“Prevê-se que a admissão à negociação no mercado regulamentado Euronext Lisbon da Euronext Lisbon das 150.000.000 acções ordinárias, escriturais e nominativas, com o valor nominal de 0,5 euros cada uma, representativas da totalidade do capital social dos CTT, venha a ocorrer a 5 de Dezembro de 2013”, confirma a Parpública.
As 150 milhões de acções a colocar no mercado de capitais correspondem a 100% do capital da empresa, mas apenas 105 milhões vão ser alienadas, já que se referem a 70% do capital dos CTT. Os restantes 30% vão manter-se sob controlo do Estado, apesar de o Governo já ter manifestado intenção de se desfazer desta participação. Ficou, no entanto, estabelecido que não poderá proceder à venda dos 30% antes de Agosto do próximo ano.
Tal como o PÚBLICO noticiou nesta terça-feira, o executivo usou 90% das receitas obtidas com as privatizações que conduziu para pagar dívida pública. Dos 4492 milhões gerados, 4043 foram usados com este objectivo. Os restantes 10% foram destinados à amortização de dívida da Parpública, a holding que gere as participações do Estado em empresas.