Poliomielite na Síria tem origem no Paquistão, diz OMS

Sequenciação genética revela que o vírus da poliomielite que reapareceu na Síria tem origem no Paquistão

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Vacinação num campo de refugiados sírios no Líbano Sharif Karim/REUTERS

"A sequenciação genética indica que os vírus isolados estão relacionados com os vírus detectados em amostras ambientais recolhidas no Egipto em 2012 [que tinham sido relacionados com poliovírus naturais que estão em circulação no Paquistão]", disse a OMS num comunicado divulgado nesta terça-feira. Foram também detectadas estirpes deste vírus paquistanês nos esgotos de Israel, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

A poliomielite já quase desapareceu, através da vacinação de todas as crianças. É a segunda doença que está na calha para ser erradicada, depois da varíola, dada como extinta em 1979.

Em 2013, a doença é endémica apenas em três países: Nigéria, Afeganistão e Paquistão, onde os taliban têm afugentado os profissionais de saúde que trabalham nas campanhas de vacinação, por desconfiança de que sejam da CIA. Espiões norte-americanos que trabalharam na descoberta do esconderijo de Bin Laden terão feito de conta que vacinavam crianças paquistanesas, noticiaram vários media norte-americanos.

Na Síria, a poliomielite nunca mais tinha sido detectada desde 1999. Mas voltou a aparecer, em Outubro, em Deir Al Zour, no Leste do país, uma das zonas mais fustigadas pela guerra, e onde há milícias islâmicas – muitas delas passam pelo Paquistão.

Há 13 crianças com paralisias confirmadas e foi lançada uma campanha de emergência para vacinar 20 milhões de crianças nos próximos seis meses na região.

O Centro Europeu de Controlo e Prevenção das Doenças sublinha que nos países europeus onde há uma boa cobertura de vacinação – entre os quais Portugal – as pessoas vacinadas não ficarão doentes, tal como acontece em Israel. Mas estas pessoas podem transmitir a doença a outras que não foram vacinadas. Além disso, devido à guerra na Síria, com uma enorme quantidade de pessoas a deslocar-se dentro do país e em fuga para o exterior, a OMS julga que o risco de a doença se espalhar na região é alto.
 

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