Resultado operacional dos transportes em terreno negativo

Governo comprometeu-se com a troika a reequilibrar contas do sector

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Maior impacto negativo virá da CP, da Parpública, da EDIA e da TAP João Gaspar

Um relatório da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) revela que, entre Janeiro e Março deste ano, as empresas públicas de transportes registaram um EBIDTA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado negativo em 4,2 milhões de euros. Apesar deste prejuízo operacional, o resultado foi substancialmente melhor do que no primeiro trimestre de 2010, período em que se fixou em 63,3 milhões de euros.

O EBIDTA ajustado é o indicador tido em conta pelas autoridades externas para analisar o reequilíbrio das transportadoras do Estado, incluindo a diferença entre custos e receitas, mas expurgando factores extraordinários como os encargos com indemnizações aos trabalhadores. O Governo tinha-se comprometido com a troika a alcançar esse reequilíbrio até ao final de 2012. A meta foi atingida nessa altura, mas os resultados pioraram nos primeiros três meses deste ano.

O relatório mostra que foi o pagamento dos subsídios de férias neste período que levou as contas do sector para terreno negativo. Antes deste encargo, o resultado operacional estava positivo em quase dois milhões de euros, mas passou a linha vermelha com o pagamento de cerca de 6,2 milhões em subsídios, chegando ao prejuízo operacional de 4,2 milhões.

O Governo tem avisado que as transportadoras do Estado vão ter de controlar ainda mais os custos em 2013 para contornar o facto de terem mais encargos com pessoal este ano do que estava previsto. Esse movimento é, aliás, visível no relatório da DGTF, que evidencia uma redução de dois milhões de euros nas despesas operacionais.

No entanto, o sector continua pressionado pela perda de receitas, que voltaram a descer no primeiro trimestre, tendo passado de 187,5 milhões de 2012 para 184,7 milhões este ano.

Para cumprir as exigências da troika, o Governo levou a cabo, desde 2011, um conjunto de duras medidas para garantir a estabilidade financeira dos transportes públicos, recorrendo ao aumento de tarifas, à fusão de empresas e ao emagrecimento dos quadros de pessoal. Para o próximo ano está prevista a concessão da operação a privados.

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