Pelo menos 40 mortos nas tempestades no México
Chegada do furacão Ingrid coincidiu com a da tempestade tropical Manuel. 230 mil pessoas foram afectadas e apenas três dos 32 estados mexicanos não foram atingidos.
O país está a ser afectado ao mesmo tempo pela tempestade tropical Manuel, na costa sul do Pacífico, e pelo furacão Ingrid, na zona este mexicana, explica a AFP. A chuva e o vento têm sido de tal forma fortes que estão a ser registadas inundações em várias zonas e deslizamentos de terras que estão a levar ao corte de estradas e de comunicações e a deixar algumas localidades isoladas.
De acordo com o diário espanhol El País, esta é a primeira vez desde 1958 em que a chegada de uma tempestade por oeste coincide com outra por este. Na segunda-feira deveriam decorrer celebrações em várias zonas pelo Dia da Independência do país, mas muitas foram canceladas.
O Presidente do México, Enrique Peña Nietoa, dirigiu-se na segunda-feira à noite para a estância balnear de Acapulco, a sul do oceano Pacífico e a mais afectada pela tempestade Manuel, onde cerca de 40 mil turistas estão bloqueados. Aliás, a zona de Guerrero está a ser das mais destruídas e, como centro turístico e principal motor económico do país, temem-se os efeitos do encerramento do aeroporto.
As previsões apontam para que na quarta-feira se retomem parte das operações. Até lá, a Marinha e o Exército disponibilizaram uma ponte aérea e estão a conseguir levar mantimentos até ao local
O último balanço oficial feito pelas autoridades federais aponta para mais de 40 mortos em todo o país, mas várias fontes, nomeadamente órgãos de comunicação locais, confirmaram já 48. Há ainda vários desaparecidos na sequência de deslizamentos de terras em Veracruz, na zona este do país, disse à AFP um porta-voz da protecção civil.
Escolas fechadas
Por precaução, as autoridades decidiram encerrar as escolas nesta terça-feira e evacuar algumas zonas de maior risco, já que as previsões apontam para que a chuva e o vento continuem a não dar tréguas. Apesar disso, o furacão
Ingrid, que atinge mais a costa norte do Golfo, reduziu a sua intensidade e transformou-se numa tempestade tropical assim que tocou na terra, mas os ventos continuam na ordem dos 100 quilómetros por hora, de acordo com o Centro Americano de Vigilância de Furacões (NHC).
De acordo com o ministro do Interior do México, Miguel Ángel Osorio Chong, cerca de dois terços do território foram afectados, desde que no sábado a tempestade Manuel tocou a superfície. Apenas três dos 32 estados mexicanos não foram atingidos. Os outros foram devastados por inundações, fortes chuvas e ventos, deslizamentos de terra e subida das águas.
A época de furacões e de tempestades no México dura de Junho até Novembro e o Sistema Meteorológico Nacional tinha previsto que este ano poderia ser pior que o habitual, com 32 ciclones, 18 no oceano Atlântico e 14 no Pacífico, diz o El País. Manuel e Ingrid foram até agora os mais graves.