Morreu o economista António Borges

Figura polémica da direita portuguesa, tinha 63 anos.

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Rui Gaudêncio

Nascido no concelho do Porto, em Ramalde há 63 anos, António Borges era casado com Isabel e tinha quatro filhos, António, João Pedro, Sofia e Gonçalo.

Há precisamente três anos, no Verão de 2010, foi-lhe diagnosticado cancro do pâncreas. Dias antes tinha aceitado o convite do ex-presidente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, para ser número dois em Washington, ficando à frente do departamento europeu, da Rússia, da Ucrânia e da Turquia.

O economista colocou o lugar à disposição, mas o francês não recuou. Desde aí, Borges escolheu estar de pé e levar a vida até ao fim.

No plano económico, politico e filosófico, Borges evidenciou-se como figura tutelar da direita liberal em Portugal e constituiu uma influência para a geração do Compromisso Portugal, onde pontuam nomes como António Carrapatoso, Diogo Vaz Guedes, Filipe Botton, Alexandre Relvas, António Mexia, que, em 2003, o foram buscar para discursar na iniciativa inaugural do movimento neo-liberal.

Economista, professor na Universidade Nova e na Universidade Católica, Borges atingiu lugares de topo em vários domínios. A revista Fortune elegeu-o em 1988 para capa, ganhando projecção internacional. Para além de número dois do FMI, foi reitor da escola de negócios francesa, Insead, e vice-presidente da Goldman Sachs. Ocupou ainda funções de liderança no PSD, como número de dois de Manuela Ferreira Leite, e, à data da sua morte, era consultor do Governo de Passos Coelho para as privatizações e renegociações das Parcerias Público-Privadas [Leia o perfil de António Borges].

A morte de António Borges mereceu já reacções de várias personalidades políticas. Cavaco Silva considerou-o "um dos mais brilhantes economistas da sua geração" e Passos Coelho destacou uma "personalidade de grande prestígio técnico e académico".

 

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