Touro de Viana voltou a fugir, agora de Aveiro, e está de novo na mira da GNR
GNR está à procura do animal, mas garante que só o abaterá se ele colocar em causa a segurança pública.
Esta força de segurança garante que só abaterá o animal, se este puser em causa a segurança pública, à semelhança do que ocorreu na segunda-feira com outro bovino, também em fuga, que feriu duas pessoas e danificou várias viaturas no perímetro do Hospital de Vila Real.
Assustadiço e obstinado, o “Marreta” - nome que lhe foi posto pelo criador, um agricultor de Perre, Viana do Castelo - fugiu quando estava a ser puxado para o camião que o deveria ter conduzido ao matadouro. Na confusão gerada, outro touro que já estava no camião fugiu também e nunca mais foi visto. Capturado ao fim de seis dias em fuga, o Marreta escapou ao destino que lhe estava traçado, um talho de Ponte de Lima, graças ao movimento lançado no Facebook, o Touros em Fuga, do qual fez parte a SOS Equinos, que angariou o dinheiro necessário (1378 euros) para o comprar ao criador. Já só com um chifre, perdeu o outro nas suas aventuras pelos montes de Viana, foi levado na sexta-feira para as instalações desta associação, em Palhaça, Oliveira do Bairro, onde era suposto acabar os seus dias num terreno que, pelos vistos, não satisfez a sua sede de liberdade.
Em declarações ao PÚBLICO o comandante Tiago Silva, da GNR de Anadia, explicou que o alerta para a fuga do animal da quinta da associação foi dado domingo. O animal ainda chegou a ser avistado na zona de Bustos. No entanto, militares do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (Sepna) da GNR acabariam por lhe perder o rasto na floresta de Vagos. Nessa altura, ainda segundo o capitão do destacamento de Anadia da GNR, chegou a estar na mira de uma espingarda de dardos tranquilizantes, mas conseguiu desaparecer no meio da vegetação “densa e extensa”.
A partir daí, segundo o militar, o bicho nunca mais foi visto, admitindo-se que se encontre agora mais próximo de Aveiro. O comandante Tiago Silva observa que o Marreta está “muito assustado” e, “em último recurso, terá que ser abatido, se colocar em causa a segurança de pessoas e bens”. No entanto, garante que a GNR “tentará ao máximo não abater o animal”.
Apesar das várias tentativas, o PÚBLICO não conseguiu contactar os responsáveis da SOS Equinos. No Facebook, a SOS Equinos explica que o Marreta chegou sexta-feira às instalações da associação, de “forma tranquila, mostrando-se de certa forma calmo”.
“Sem sabermos como, conseguiu sair do terreno, que estava vedado. De momento encontra-se fugido em terrenos de pinhal não sabendo ao certo o paradeiro dele”. “Temos tomado todas as diligências que achamos necessárias e temos estado no terreno também no seu encalço, para ver se conseguimos pistas da localização dele”, acrescenta.
A SOS Equinos apela ainda “a todos que se encontram na zona de Aveiro” que colaborem nas buscas do animal”.
Em Viana do Castelo, Manuel Farinhoto, criador de gado há mais de 50 anos, viu o Marreta partir na sexta-feira com destino a Oliveira do Bairro e ficou convencido que tinha chegado ao fim a história do primeiro touro que criou e que não acabou no talho. Contactado nesta quarta-feira pelo PÚBLICO, o agricultor não queria acreditar que o Marreta fugira de novo. “Ainda vem para Viana”, riu.