Destino do touro fugitivo de Viana já não passa pelo matadouro
Campanha de angariação de fundos recolheu a verba necessária à compra do "Marreta", que escapa assim ao talho.
Miguel Dinis, o autor da páginaTouros em Fuga, criada entretanto no Facebook, e o grupo SOS Equinos vão deslocar-se na próxima terça-feira a Viana do Castelo para fechar negócio com Manuel Farinhoto, o proprietário do animal.
Em declarações ao PÚBLICO, Miguel Dinis afirmou estar “muito satisfeito” com a solidariedade manifestada por todos os seguidores da página criada a 10 de Maio e ainda a todos os que fora do país, sobretudo no Brasil, se juntaram a esta causa e permitiram angariar os 1450 euros.
O autor do movimento na Internet adiantou ter já combinado com o criador de Viana do Castelo a concretização do negócio, na próxima terça-feira. “Para já, ficou o acordo de palavra. Na próxima terça-feira será formalizado o negócio”, explicou.
A 6 de Maio, dois touros de raça galega, com mais de 500 quilos, fugiram de uma quinta em Perre. O mais agressivo dos bovinos conseguiu libertar-se das cordas que o puxavam para o camião que o devia conduzir ao matadouro. Os touros tinham como destino final um talho de Ponte de Lima. No meio da confusão, o outro animal, que até já estava no camião, também conseguiu fugir, campo fora e montes acima.
Seis dias depois de andar fugido à GNR pelos montes de Outeiro, o “Marreta”, como o proprietário decidiu chamar ao touro mais bravo, acabou por ser capturado. Está, desde 12 de Maio no estábulo de Manuel Farinhoto a recuperar das mazelas provocadas pela densa vegetação dos montes. O segundo touro nunca mais foi avistado.
Nas redes sociais a história de “sobrevivência” do Marreta não parou de somar seguidores numa luta contra o tempo para reunir meios para a compra do animal. A SOS Equinos associou-se à página Touros em Fuga, lançou o apelo e, a campanha de angariação de fundos lançada no dia 17 obteve sucesso.
Em declarações ao PÚBLICO, João Paulo Jacinto, da SOS Equinos, explicou que após a aquisição do touro poderão ser estudadas outras soluções para o animal. “Se aparecerem quintas pedagógicas ou estruturas do género, estamos dispostos a negociar a melhor solução para o bem-estar do animal”, sustentou. No imediato, assim que for concretizado o negócio, o touro irá ficar nas instalações da associação em Aveiro, num espaço amplo onde já se encontram outros animais. “Temos campo aberto e pasto, porque também fazemos criação de equinos”, adiantou.