Financial Times: “caos político” em Portugal pode ter implicações a longo prazo

Jornal britânico antecipa cenário de uma reestruturação da dívida portuguesa em caso de segundo resgate.

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Portas e Passos Coelho, no sábado, quando o primeiro-ministro anunciou o acordo de coligação Nuno Ferreira Santos

Num texto assinado por Robin Wigglesworth, e que junta opiniões de diferentes analistas e especialistas económicos, o FT antecipa o cenário de uma reestruturação da dívida portuguesa na eventualidade de um segundo resgate financeiro.

“O final do programa [de ajustamento] está ainda a um ano de distância, e muita coisa pode acontecer até lá”, diz Nicholas Gartside, economista do JP Morgan.

O responsável perspectiva, contudo, que qualquer eventual escassez de financiamento será coberta por “ajustes de empréstimos e programas existentes”, cenário mais simples do que “reestruturações definitivas ou a renegociação de programas [económicos] inteiros”.

O líder do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou no sábado um entendimento político com o CDS-PP liderado por Paulo Portas, proposto para vice-primeiro-ministro com a responsabilidade da coordenação económica, reforma do Estado e ligação à troika, que, assim, se mantém no executivo.

Com este acordo, Passos Coelho pretende pôr fim à crise política que se iniciou há uma semana com a saída de Vítor Gaspar de ministro do Estado e das Finanças, a que se seguiu a demissão de Portas, na terça-feira, que o próprio apelidou de “irrevogável”.

O Presidente da República faz nesta quarta-feira uma declaração ao país às 20h30, depois de nos últimos dias ter ouvido o primeiro-ministro, os partidos e parceiros sociais, na sequência da demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros.