Patriarca defende fim das divergências pessoais para acabar com crise política
“É preciso que nenhum de nós esqueça que acima de tudo está o bem comum e que aquilo que poderiam ser divergências particulares - que teriam o seu campo e o seu direito - têm que ser ultrapassadas porque é o que interessa agora ao país”, sustentou à saída da Sé Patriarcal de Lisboa.
Manuel Clemente afirmou que “este Governo tem legitimidade democrática” e disse acreditar numa futura estabilidade governativa.
O patriarca de Lisboa admitiu que num regime democrático como o português “estas coisas podem acontecer, (…) mas está claro que era sempre preferível que não acontecessem, que existisse estabilidade para que se resolvam os problemas”.
Manuel Clemente tomou hoje posse como patriarca de Lisboa na Sé da capital, perto do meio-dia, apresentando-se como “servidor” da diocese perante um templo praticamente cheio e diante do cabido da sé, os cónegos coadjuvantes.
A este órgão colegial, que definiu como “senado dos bispos”, o prelado sustentou que contava com “a fidelidade reconhecida” do cabido.
Depois de ter assinado a acta, juntamente com o seu antecessor, o patriarca emérito José Policarpo, o núncio apostólico, o deão e o chanceler, Manuel Clemente recebeu o báculo (bordão que simboliza o papel de pastor) e sentou-se na cátedra, sendo este o momento que simbolizou a tomada de posse do patriarca.
“Queridos cónegos, estou perfeitamente em casa, no meio de vós. Contem muito convosco, contem também comigo”, declarou pouco depois o novo patriarca de Lisboa.
Manuel Clemente sublinhou que mais do que uma tomada de posse a cerimónia simboliza que a igreja de Lisboa iria tomar conta do agora patriarca.