Portas mandatado pelo CDS para negociar coligação com Passos Coelho

Reunião da comissão executiva do segundo partido do Governo deixa a porta aberta à manutenção do Governo em funções. Ministros do CDS ficam no executivo.

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Paulo Portas apelou ao voto no CDS-PP nas eleições regionais previstas para Outubro Daniel Rocha

A reunião, que terminou já depois das 17h, deixou em aberto a possibilidade de a coligação se manter, apurou o PÚBLICO.

A decisão de mandatar o líder do CDS para se reunir com o líder do PSD de forma a encontrar uma "solução viável do Governo" foi confirmada às 19h pelo presidente da mesa do congresso, Luís Queiró, que sublinhou "o papel decisivo do CDS" no Governo, mesmo "com prejuízo das suas próprias convicções".

A negociação deverá ocorrer directamente entre os dois líderes, Paulo Portas e Pedro Passos Coelho, e deverá acontecer assim que o primeiro-ministro regressar de Berlim.

Segundo Luís Queiró, a negociação serve para "garantir o contributo efectivo do CDS" nas políticas do Governo. "O CDS tem condições para assegurar a governabilidade do país", tendo em conta a situação económica e social e "registando a disponibilidade do primeiro-ministro" para garantir a manutenção do Governo.

Luís Queiró acrescentou também que, "não obstante os ministros Pedro Mota Soares e Assunção Cristas terem colocado o seu cargo à disposição", a comissão executiva considerou "importante" que os governantes se mantenham em funções. Queiró reiterou apenas que a decisão de demissão de Portas do Governo é "irrevogável".

A comissão executiva decidiu também manter para o próximo fim-de-semana o congresso electivo do CDS-PP, sendo certo que Paulo Portas mantém a sua recandidatura à liderança do partido. Mas, na sua declaração sem direito a perguntas, Luís Queiró nada disse sobre a candidatura de Paulo Portas a líder do CDS.

A forma como decorreu o processo de escolha de Maria Luís Albuquerque para substituir Vítor Gaspar na pasta das Finanças desagradou ao líder do CDS por considerar que a sua opinião não foi tida em conta por Passos Coelho.

Já na última remodelação - a entrada de Miguel Poiares Maduro para substituir Miguel Relvas - Portas queixou-se de não ser ouvido na nova orgânica do Governo. E deu sinal disso ao faltar à tomada de posse do novo ministro, no final de Abril. 

O funcionamento da coligação é uma das razões alegadas para Paulo Portas se ter demitido ontem do Governo. Segundo fonte centrista, uma das razões para o líder do CDS ser ministro era ter um maior envolvimento nas decisões estratégicas.

Como considera que isso não está a acontecer, Portas decidiu apresentar a demissão de ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, mas não quebrou a coligação. Até ao início desta tarde nenhum membro do Governo indicado pelo CDS tinha recebido instruções para se demitir.

 
 
 

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