Sindicatos da UGT e da CGTP marcam greve na função pública para Junho
Protesto poderá ser mais amplo já que em cima da mesa está uma greve geral que junte sector público e privado.
“Já não existem dúvidas quanto à convergência dos sindicatos da administração pública numa greve contra os novos ataques aos trabalhadores do sector”, disseram à Lusa fontes sindicais.
Depois de várias reuniões com o secretário de Estado da Administração Pública e de vários contactos entre si, a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP), a Federação Sindical da Administração Pública (UGT) e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (UGT) conseguiram entender-se para convergir num protesto geral.
As últimas propostas do Governo, apresentadas no início do mês pelo primeiro-ministro, incentivaram a unidade na acção entre as estruturas sindicais da UGT e da CGTP, como já não acontecia há algum tempo.
A redução salarial, o aumento do horário de trabalho semanal das 35 paras as 40 horas, o aumento dos descontos para a ADSE, um novo sistema de mobilidade especial com limite de permanência e possibilidade de perda de vínculo laboral e a redução de trabalhadores por rescisão por mútuo acordo “empurraram os trabalhadores para a luta”.
Hoje, a CGTP-IN assinalou o primeiro feriado eliminado do calendário (o do Corpo de Deus) com um “Dia de Protesto e Luta”, que envolveu milhares de trabalhadores que participaram em greves, concentrações e plenários por todo o país.
Segundo o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, os plenários servem também de auscultação para a realização de uma greve geral em Junho.
A CGTP convocou para sexta-feira uma reunião de emergência do seu Conselho Nacional para discutir o alargamento da luta a nível nacional. Arménio Carlos confirmou que o “projecto de convergência de acção”, será decidido no Conselho Nacional.
Fonte sindical disse à Lusa que a greve geral deverá realizar-se depois de todos os feriados de Junho e provavelmente numa quinta-feira. Se assim for, o dia 27 de Junho também será a data mais provável para a próxima greve geral.
A UGT marcou para segunda-feira uma reunião do seu Secretariado Nacional e outra do Conselho Geral para discutir a situação económica e social do país e a possibilidade de participar numa greve geral com a CGTP e sindicatos independentes.
O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, já admitiu a possibilidade de haver em Junho uma “jornada de luta conjunta” tendo em conta a “situação que o país atravessa”.