Já se cantou Grândola por duas vezes na Assembleia Legislativa da Madeira

Em 1995 e em 2011 a canção foi entoada. Voltará no próximo dia 28, em espectáculo promovido pela Universidade da Madeira. José Afonso morreu há 26 anos.

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José Afonso morreu há 26 anos DR

A primeira vez em que a canção foi entoada na Assembleia ocorreu em 1995, quando o PSD de Alberto João Jardim entendeu celebrar pela primeira vez o 25 de Abril, não no dia da Revolução, mas no dia seguinte. A oposição, em bloco, não concordou e decidiu não comparecer no hemiciclo, marcando uma conferência de imprensa conjunta para o Salão Nobre do Parlamento para justificar a sua decisão.

De repente, houve um estranho corte de luz no salão, e só aí, pois o resto do edifício continuou iluminado. Em protesto, os deputados da oposição, incluindo os do CDS, cantaram a Grândola Vila Morena às escuras. No plenário, Jardim ficou a falar só para a bancada social-democrata.

Também a 3 de Maio de 2011, o deputado do PND, António Fontes, surpreendeu o plenário ao utilizar o seu tempo de intervenção para cantar Grândola, em defesa da liberdade de imprensa na região autónoma. Na tribuna, o então deputado da Nova Democracia aproveitou a sua declaração a favor do voto de congratulação pelos 35 anos da Constituição Portuguesa, proposto pelo PCP e rejeitado pela maioria PSD – que na mesma sessão chumbou a proposta de criação uma comissão de combate à corrupção na região – para cantar a composição de Zeca Afonso que se tornou símbolo da Revolução de Abril e agora tem sido interpretada como forma de protesto contra as políticas económicas de Governo e da troika.

O aniversário da morte do autor de “Grândola” será  assinalado pelo Conselho de Cultura da Universidade da Madeira e a respectiva Associação Académica com a organização da “Gala de Tributo a Zeca Afonso”, a ter lugar, no próximo dia 28 de Fevereiro, no Teatro Municipal Baltazar Dias, no Funchal. A receita da bilheteira reverte para a Bolsa de Alimentação, iniciativa desenvolvida pela referida associação com vista a garantir uma refeição completa diária aos estudantes universitários mais carenciados. O projecto garantiu mais de duas mil refeições durante o segundo semestre do ano lectivo, através das doações de empresas e de cidadãos.

Video cedido pelo Diário de Noticias da Madeira

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