Manifestações em várias cidades do país pedem demissão do Governo

Milhares de pessoas participaram nas manifestações da CGTP em defesa de novas políticas e assumiram o compromisso de intensificar a luta.

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Manifestação em Lisboa Enric Vives-Rubio

 

Em Lisboa, os manifestantes encheram a praça do Município e aprovaram uma resolução contra o agravamento da austeridade, o aumento do desemprego, as privatizações dos serviços e empresas públicos.

No documento ficou definido um conjunto de acções de luta sectoriais que se irão concretizar em Fevereiro e Março, nomeadamente na educação, na hotelaria, no sector empresarial do Estado, nos transportes e na função pública.

O secretário-geral da CGTP, que encerrou o protesto na capital com uma intervenção politico-sindical, exigiu o corte imediato da despesa “inútil e parasitária”, acusou o Governo de estar a afundar o país e pediu ao primeiro-ministro para que faça um favor ao país e se vá embora.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, compareceu na parte final do desfile para se solidarizar com os manifestantes e considerou que o protesto da CGTP foi “uma boa demonstração” para a troika, que está prestes a chegar de novo a Portugal, de que “os trabalhadores e o povo português não estão dispostos a aceitar esta política de caminho para o desastre”.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) Catarina Martins, que esteve no início do protesto, também considerou “muito importante esta jornada de luta para dizer que este Governo não dá resposta, para lutar pela dignidade no trabalho e dizer que todos os que estão sem emprego têm que ter subsídio, que não podemos abandonar um milhão de pessoas à sua sorte”.

No Porto manifestaram-se várias dezenas de milhares de pessoas “contra a exploração e o empobrecimento”, numa manifestação que os organizadores consideraram como “uma das maiores dos últimos anos na cidade”.

O coordenador do Bloco de Esquerda (BE) João Semedo esteve com os manifestantes do Porto e considerou que “o Governo já esticou a corda toda, inclusive a sua própria, e vai cair”.

A demissão do Governo foi pedida em praticamente todas as manifestações e concentrações que ocorreram em 24 cidades do continente e ilhas no âmbito da jornada nacional de luta promovida pela CGTP “Contra a Exploração e o Empobrecimento”.

Cerca de duas centenas de pessoas pediram a demissão do Governo em Vila Real de Santo António, numa das três manifestações convocadas pela União de Sindicatos do Algarve (USAL) no distrito de Faro.

O secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira, defendeu em Coimbra que “as pessoas saíram à rua” para “ajudarem a fazer cair o Governo”.

Cerca de 300 pessoas manifestaram-se no Funchal contra o Governo e as suas políticas de austeridade.

Nos Açores pouco mais de 150 pessoas participaram nas manifestações de Ponta Delgada e de Angra do Heroísmo gritando palavras de ordem contra o Governo e a troika e a pedir a demissão do executivo de Passos Coelho.