Como resolver um tiroteio numa escola? Chamem Steven Seagal
O actor de filmes de acção esteve no sábado a treinar voluntários para situações de risco em escolas, como as que têm abalado a América nos últimos tempos.
Arpaio é o xerife do condado de Maricopa, um dos 15 do Arizona, e decidiu formar uma equipa de voluntários para ajudarem a patrulhar as escolas. Para isso, convidou um protagonista de filmes de acção bem acostumado a lidar com os “maus da fita". Seagal, que é também especialista em artes marciais, ensinou aos interessados técnicas de defesa pessoa, como reagir num tiroteio e a fazer buscas em edifícios.
Esta não foi a primeira extravagância de Arpaio, que se auto-intitula "o xerife mais duro da América" – o chefe da polícia ficou conhecido por obrigar os presos a usar roupa interior cor-de-rosa e pelo seu combate à imigração ilegal.
A ideia de formar este grupo de voluntários surgiu depois do massacre na escola de Newtown, no Connecticut, em Dezembro, no qual morreram 20 crianças e seis adultos. Este episódio adensou o debate sobre a posse de armas nos Estados Unidos, com o presidente Barack Obama a propor um pacote de medidas para o controlo de armas, incluindo a proibição de venda de carregadores, para qualquer tipo de arma, com mais de nove munições. A National Rifle Association (NRA), que se opõe à proposta de Obama, defendeu a colocação de seguranças armados em cada escola.
Os voluntários treinados por Steven Seagal vão poder intervir em caso de ameaça iminente. Para tornar a formação mais realista, foram usadas armas que disparavam balas de tinta, e um grupo de jovens compôs o cenário, no papel de estudantes.
Depois desta formação, os voluntários vão vigiar os estabelecimentos e alguns poderão andar armados. Vestidos a rigor com uniformes camuflados e ao volante de carros patrulha, não deverão entrar nos recintos das escolas a menos que detectem alguma situação de perigo. Segundo a agência Associated Press, desde Janeiro que Arpaio pôs no terreno voluntários para patrulharem 59 escolas. Na semana passada, o xerife anunciou que precisa de mais 1000 cidadãos disponíveis para ajudar na tarefa.
Mas nem todos estão de acordo. À porta da escola em Fountain Hills, nos subúrbios de Phoenix, onde decorreu o treino de sábado, uma dúzia de pessoas protestou contra a iniciativa. “Nenhuma arma deveria entrar nas escolas”, disse uma das manifestantes, citada pela Reuters.
Estes voluntários vão juntar-se ao batalhão de mais de três mil homens e mulheres que, nos últimos anos, têm ajudado, voluntariamente, o xerife a identificar condutores embriagados, imigrantes ilegais e pais negligentes com as suas crianças.