Protecção Civil de Viana pede à população que participe quando encontrar ninhos de vespa asiática

Apela-se aos cidadãos que ajudem a debelar a praga, mas "sem alarmismos", frisa a Protecção Civil distrital.

Foto
Vespa asiática ataca as abelhas e compromete produção de mel Adriano Miranda

A posição foi assumida durante uma reunião de trabalho, em Viana do Castelo, envolvendo ainda representantes da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), bombeiros, apicultores e técnicos do Ministério da Agricultura.

Em toda a região foram identificados, nas últimas semanas, 38 ninhos desta espécie de vespa, maior e mais perigosa do que a nacional e que representa uma ameaça à produção de mel. “Apelamos à colaboração dos cidadãos na identificação de novos ninhos, mas sem alarmismos”, sublinhou o comandante distrital da Protecção Civil, Paulo Esteves, que coordenada a operação.

Este apelo consta de um plano de acção divulgado esta terça-feira pela DGAV e que permite, através da Internet, participar a presença de novos ninhos, aconselhando ainda métodos de controlo desta praga.

A Protecção Civil assumiu em Janeiro a coordenação das operações de identificação e destruição de ninhos de vespa asiática no Alto Minho, sendo que só no concelho de Viana do Castelo já se conhecem cerca de três dezenas de casos. Dos 38 ninhos desta espécie de vespa que foram identificados na região, 29 foram entretanto destruídos pelos bombeiros, com recurso a um maçarico adaptado para o efeito. “É um equipamento que permite destruir os ninhos através do fogo, chegando ao topo das árvores, a mais de dez metros de altura”, explicou Paulo Esteves.

Dos cerca de 30 ninhos detectados só no concelho de Viana do Castelo, restam apenas sete por destruir, mas as autoridades sublinham ser “crucial” a identificação de outros que possam existir, admitindo-se que esse número deverá “crescer substancialmente” nos próximos meses, à semelhança da progressão da espécie em França e Espanha.

No Alto Minho restam por destruir, ainda, dois ninhos nos concelhos de Caminha e Vila Nova de Cerveira, mas a presença desta vespa já se faz sentir também em Ponte de Lima e Ponte da Barca, assim como em Barcelos e Vila Verde (Braga).

A concentração destas operações na Protecção Civil é justificada pelo facto de a destruição dos ninhos estar a ser realizada pelos bombeiros, processo apoiado por uma associação de apicultores local. Segundo Miguel Maia, técnico da Associação Apícola Entre Minho e Lima (APIMIL), além do problema da biodiversidade, ao “prejudicar a alimentação” de outras espécies, trata-se de uma vespa “mais agressiva”. “Faz com que as abelhas não saiam para procurar alimento, porque estão a ser atacadas, enfraquecendo assim as colmeias, que acabam por morrer”, explicou.

Ainda assim, Miguel Maia admite que não sejam um “perigo imediato” para os seres humanos: “Só se forem lá mexer”, diz.
A vespa velutina é originária do sudoeste da Ásia e foi introduzida na Europa através do porto de Bordéus, em França, no ano de 2004. “De então para cá, já conquistou um terço do território francês e colonizou parte do norte de Espanha, em 2010. No ano seguinte a presença foi detectada em Portugal”, explica a APIMIL.