Ministro da Saúde considera insuficiente redução de 5% no número de fumadores
Paulo Macedo diz que "são necessários novos passos". Ministério já tinha divulgado que vai avançar com proibição de fumo nos novos restaurantes, cafés e bares.
"É um número positivo, mas não é um número que consideremos suficiente", afirmou o ministro à Agência Lusa, a propósito da redução do número de fumadores.
Isto porque, acrescentou, "o tabagismo afecta as pessoas, em termos concretos, não apenas no caso do cancro do pulmão, mas tem efeitos negativos em múltiplas patologias".
Paulo Macedo falava à Agência Lusa à margem da visita que efectuou ao Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, pertencente à Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA).
A lei do tabaco, em vigor faz hoje cinco anos, reduziu em 5% o número de fumadores, mas o Governo prepara nova legislação, mais restritiva, para proibir totalmente o fumo nos restaurantes e cafés.
A lei, que entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2008, limita o consumo do tabaco em locais públicos.
Questionado pela Lusa acerca desta lei, o ministro Paulo Macedo disse fazer "um balanço positivo das medidas", tomadas antes do actual Governo estar em funções.
Sobre se o Governo está a preparar nova legislação nesta matéria, mais restritiva, o governante considerou que "são necessários novos passos".
"Nesse sentido, está para ser divulgada uma proposta de directiva europeia. Vamos estar atentos e, depois, legislar em função disso", limitou-se a afirmar.
O tabagismo, lembrou ainda Paulo Macedo, implica "elevados custos" para o sector da saúde, mas não só: " E sobretudo para cada um de nós individualmente, quer aqueles que são fumadores activos, quer os passivos".
O Ministério da Saúde já divulgou que está a estudar a comparticipação dos medicamentos para ajudar os fumadores a deixarem de fumar, ao mesmo tempo que vai avançar com legislação para impedir os novos restaurantes, cafés e afins de terem espaços para fumadores.
Em declarações recentes à Lusa, o secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, assumiu que a lei do tabaco em vigor "foi um pouco precipitada, seguramente mal desenhada".
Um em cada quatro portugueses morre prematuramente, em parte devido ao tabaco.
Os custos de saúde relacionados com o tabaco representam um encargo anual para o Estado de quase 500 milhões de euros, de acordo com dados do ministério tutelado por Paulo Macedo.