Pussy Riot consideradas culpadas de "hooliganismo"
No inicío da leitura da sentença, a juíza Marina Syrova sublinhou que as acusadas não mostram qualquer sinal de “arrependimento” e que “violaram seriamente a ordem pública” e “ofenderam os sentimentos religiosos dos crentes”.
Nadejda Tolokonnikova, 22 anos, Ekaterina Samoutsevitch, 30, e Maria Alekhina, 24, estão em detenção provisória há cinco meses e começaram a ser julgadas no início de Julho.
As três mulheres foram julgadas por “hooliganismo” e por “incitamento ao ódio religioso” depois de terem cantado, no dia 21 de Fevereiro, uma “oração punk” na Catedral do Cristo Salvador em Moscovo, pedindo à Virgem Maria para “correr com Putin” do poder.
A acusação pediu três anos de prisão para cada uma delas, mas a defesa argumentou que elas deveriam ser libertadas porque nunca quiseram ofender a igreja, mas sim encenar um protesto político contra Putin e contra a proximidade da hierarquia religiosa da Rússia com o poder do Kremlin.
Um enorme dispositivo de segurança foi montada em redor do tribunal Khamovnitcheski de Moscovo, tendo sido colocadas barreiras de metal a barrar os principais acessos ao edifício, de modo a evitar qualquer ajuntamento de massas, testemunhou um repórter da AFP.
De manhã, uma dezena de simpatizantes das Pussy Riot juntaram-se frente ao tribunal onde também juntaram alguns militantes do Partido Liberal-democrata (LDPR, ultra nacionalista) para se manifestarem a favor da Igreja Ortodoxa.
Ainda antes do início da leitura da sentença, Serguei Oudaltsov, líder da Frente de Esquerda e uma das figuras principais da contestação ao regime do Presidente Vladimir Putin, foi detido pela polícia, juntamente com dois simpatizantes anónimos das Pussy Riot, quando tentava transpor uma das barreiras policiais em frente ao tribunal.