Kasparov detido à porta do julgamento da banda Pussy Riot

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Kasparov foi levado pela polícia Foto: Tatyana Makeyeva/Reuters

As três mulheres que integram a banda foram consideras culpadas de “hooliganismo” pela juíza que preside ao tribunal Khamovnitcheski de Moscovo. A pena máxima para este crime é de sete anos de prisão, mas ainda não é conhecida qual a pena que o tribunal vai decretar.

Kasparov, que se assume um activista pró-democracia, tem abordado o caso através da sua página no Facebook, criticando o que ele chamou de "hipocrisia ocidental". "Putin e o seu regime criminoso são um problema russo para os russos resolverem, mas a hipocrisia ocidental em relação aos direitos humanos torna-se cansativa quando poderiam tomar medidas em vez de só falarem", escreveu o antigo campeão mundial de xadrez, que chegou ao tribunal, tal como centenas de apoiantes da banda feminina, para ouvir o veredicto.

A primeira foto da detenção de Kasparov foi divulgada na própria conta do Facebook de Kasparov, mas entretanto as agências internacionais também puseram em linha fotos que confirmam a detenção. O antigo xadrezista queixa-se de ter sido agredido, mas afirma estar bem de saúde.

Nadejda Tolokonnikova, 22 anos, Ekaterina Samoutsevitch, 30, e Maria Alekhina, 24, estão em detenção provisória há cinco meses e começaram a ser julgadas no início de Julho.

As três mulheres foram julgadas por “hooliganismo” e por “incitamento ao ódio religioso” depois de terem cantado, no dia 21 de Fevereiro, uma “oração punk” na Catedral do Cristo Salvador em Moscovo, pedindo à Virgem Maria para “correr com Putin” do poder.

A acusação pediu três anos de prisão para cada uma delas, mas a defesa argumentou que elas deveriam ser libertadas porque nunca quiseram ofender a igreja, mas sim encenar um protesto político contra Putin e contra a proximidade da hierarquia religiosa da Rússia com o poder do Kremlin.

Um enorme dispositivo de segurança foi montada em redor do tribunal Khamovnitcheski de Moscovo, tendo sido colocadas barreiras de metal a barrar os principais acessos ao edifício, de modo a evitar qualquer ajuntamento de massas, testemunhou um repórter da AFP.