Manifestantes pedem libertação de Liu Xiaobo à passagem de Presidente chinês em Paris

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Manifestantes nos Campos Elíseos Eric Gaillard/Reuters

“Libertem Liu Xiaobo” - o slogan simples foi gritado por cerca de 20 membros da organização não governamental (ONG) de defesa da liberdade de imprensa, quando o cortejo presidencial de Hu Jintao percorria a Avenida dos Campos Elísios, à chegada ao Arco do Triunfo, em Paris.

Os manifestantes ergueram guarda-chuvas brancos onde se lia esta inscrição em inglês, em referência ao dissidente chinês e Nobel da Paz de 2010, preso desde o ano passado por "incitamento à subversão” na China.

Enquanto gritavam as palavras de ordem, a polícia interveio rápida e energicamente, descreve a AFP. Confiscaram os guarda-chuvas e identificaram “vários” manifestantes, denuncia a ONG no seu site. A revista "Nouvelle Observateur" fala, no seu site, na interpelação de quatro membros e de um outro militante chinês.

“O objectivo era tentar que o Presidente Hu Jintao percebesse o nome de Liu Xiaobo, quando passasse por nós”, comentou à televisão da Reuters o secretário-geral dos Repórteres Sem Fronteiras, Jean-François Julliard.

Hu Jintao dirigia-se ao túmulo de um soldado desconhecido para cumprir um ritual protocolar tradicional nas visitas de Estado a França.

Também em Nice, onde Hu Jintao volta a reunir-se esta tarde com o seu homólogo francês, Nicolas Sarkozy, foram assinalados, logo de manhã, protestos a favor da libertação do Nobel da Paz por parte de 50 pessoas, a maioria membros da Amnistia Internacional.

As ONG acusam Sarkozy de colocar os interesses económicos para as empresas francesas acima dos direitos humanos, já que o encontro entre os dois líderes se realiza para celebrar megacontratos comerciais.

China pede boicote à cerimónia do Nobel

Ainda ontem, enquanto em França se assinalava o primeiro dia de visita do Presidente chinês, fontes diplomáticas na embaixada chinesa em Oslo diziam à AFP ter enviado uma carta às delegações de outros países a pedir “de forma mais ou menos implícita” para não estarem presentes na cerimónia de entrega do Nobel a Liu Xiaobo, a 10 de Dezembro na capital norueguesa.

Foi o caso da embaixada da Suécia em Oslo, a quem foi explicada “a posição chinesa” e pedido que não fizesse nada “que pudesse destabilizar a China”, declarou ao “Le Monde” o número dois da representação, Olof Huldtgren. “Não nos disseram explicitamente para não participar na cerimónia do Nobel, mas, se for lido nas entrelinhas, torna-se demasiado claro”, assumiu.

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