Jardim do Príncipe Real reabre sábado dois meses após o previsto
As obras, que deveriam durar quatro meses, mereceram contestação do grupo de amigos do Jardim do Príncipe Real, que lançaram uma petição na Internet, subscrita por mais de 2500 pessoas a apelar a que a Câmara Municipal de Lisboa suspendesse o projecto de requalificação do jardim, nomeadamente no que referia ao abate de árvores.
Para Jorge Teixeira Pinto, um dos dinamizadores da iniciativa, o outrora jardim de “carácter romântico” transformou-se, com as obras, num “jardim descaracterizado”, que “perdeu qualidades” a nível histórico. Todo o processo, defende, foi gerido de forma “muito negativa”, com uma “grande penalização” para os frequentadores do jardim, por culpa dos atrasos nas obras do espaço e de uma deficiente reabilitação ambiental.
“O vereador Sá Fernandes disse que o jardim estava podre. Se ele estava podre, continua podre”, diz Jorge Teixeira Pinto. Os relvados que existiam antes das obras, defende, “estavam melhores dos que os de agora” e “já há árvores novas a morrer”, diz, citando um especialista consultado pelo grupo de apoio.
Em Novembro, em reunião do executivo municipal, o vereador dos Espaços Verdes, José Sá Fernandes, afirmou que o projecto foi antecedido de uma análise do coberto vegetal, que recomendou a substituição de árvores em que foram detectadas “deficiências e podridões”. Estas árvores apresentavam um “estado fitossanitário muito grave”, com “risco de queda”, acrescentou então, negando que as espécies fossem classificadas.
A reabertura do Jardim do Príncipe Real decorre amanhã pelas 10h00, e na ocasião estarão presentes o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, e o vereador Sá Fernandes.
Na ocasião será também aberto o aqueduto do Loreto, no troço de 410 metros que estabelece a ligação entre o jardim e o miradouro de São Pedro de Alcântara.
A requalificação do Jardim do Príncipe Real teve um custo estimado de cerca de 380 mil euros.