Direcção da Associação dos Bombeiros de Lamego demite-se

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O comandante João Nuno foi suspenso devido à alegada utilização abusiva de um helicóptero de combate a incêndios António José/Lusa

Em comunicado emitido hoje de madrugada, a direcção indica que a decisão foi tomada, "por maioria", em reunião extraordinária convocada pelo presidente da Assembleia Geral, Fernando Sousa, que deu conta da "posição irredutível dos bombeiros voluntários em só assumirem as suas funções, no imediato, caso a direcção pedisse a sua demissão".

A direcção, presidida por Arlindo Fonseca, justifica a sua demissão com a "importância da segurança das pessoas e bens" do concelho face a incêndios, acidentes e grandes catástrofes, mas também por entender que os bombeiros não estão a agir em conformidade com "a forma estatutária" e o "compromisso de honra" que assumiram quando iniciaram funções.

Os bombeiros voluntários encontram-se desde o início de Outubro indisponíveis para o serviço, exigindo a reintegração na corporação do comandante, João Nuno - suspenso devido à alegada utilização abusiva de um helicóptero de combate a incêndios -, e a demissão de Arlindo Fonseca, que acusam de falta de empenho na defesa do bom nome de João Nuno.

A posição dos voluntários de Lamego foi condenada na passada semana pelo presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Duarte Caldeira, que, compreendendo a indignação dos bombeiros pelo atraso na conclusão dos inquéritos ao seu comandante, considerou "não ser razoável nem aceitável" um bombeiro voluntário adoptar como forma de protesto "a recusa na prestação de socorro às populações".

Durante o período de indisponibilidade, já se registaram incêndios no concelho que tiveram de ser assegurados pelas corporações vizinhas.